Post do Luciano
DESFILE DE 2 SETEMBRO
Há muito não assistia ao desfile de dois de setembro. Uma mistura de falta de tempo e ceticismo, confesso. Desta vez o dia estava lindo, a rua ocupada por famílias com crianças de olhos atentos no desconhecido. O som da fanfarra chamou minha atenção. Isso mesmo. Sou da turma dos anos 80, quando a cultura da fanfarra era algo tão esperado quanto curtido por todos que a integravam.
Eram tempos da competição saudável entre as escolas. Em tudo competíamos, desde uma apresentação cultural, um campeonato de futebol até as saudosas fanfarras. Sim, eu digo saudosa porque somente quem viveu conhece o gosto de vê-la surgir e tomar corpo. Os ensaios eram diários sob a batuta de eternos colaboradores como o grande amigo Abílio Rodrigues que, alternando um ano no IEE outro no Cabral, por vezes me deu o prazer de ser seu aprendiz.
Mesmo saindo sempre pelo Cabral devo admitir que a fanfarra do IEE sempre foi a mais numerosa. Cruzavam a avenida em 12...15 fileiras com o pessoal do “Bumbo” marchando de instrumento impecavelmente colado ao peito. Correias de couro cruzadas nas costas aderiam, “talabares” brilhantes e metais polidos no dia anterior deixava a impressão de que tudo acabara de sair das caixas. Nas mãos, baquetas de ponta grossa envoltas em veludo colorido e amarradas a tiras de couro que se enrolavam nas mãos eram lançadas sobre o instrumento entre os tempos da banda para marcar o passo e compor o ballet das baquetas – cena que cravava o coração cadenciando o estômago.
Roupas de banda nas cores da escola e flâmulas fixas aos metais finalizavam o estilo das escolas da época. E assim, uma a uma cruzavam a avenida sem deixar espaço para que os do povo pudessem atravessar. Os tempos mudaram e a festa tomou outra cara. Foram-se as grandes fanfarras e surgiram as bandas como a Juquinha Rodrigues com suas músicas sempre atuais e uma coreografia que nos faz pensar na dificuldade do que estão fazendo porque, se tocar um instrumento já não é coisa das mais fáceis, que dirá fazê-lo acompanhado de coreografia.
Nosso basquete...o tênis de mesa...o judô e todos os outros esportes também foram lembrados com o carinho e o respeito que as medalhas do orgulho nos impõe. Outra cena que chamou minha atenção foi a quantidade de projetos mantidos na cidade, seja pela municipalidade com apoio dos mais diversos níveis, seja pelos clubes de serviço sempre atentos as necessidades dos menos favorecidos.
Mas, sem dúvida nenhuma, o momento que mais me emocionou foi a entrada da escola Álvaro Coelho. A história contada por quem participou ou, simplesmente, passou por aqueles bancos, mostrou que uma escola não precisa de narradores, apenas de alunos e bons professores e o sucesso romperá o tempo e todas as mudanças que a modernidade lhe impuser. Em resumo, fiquei com aquela deliciosa sensação de cidadão, pois ora fui aluno, ora pai de aluno, hoje, também colaborador. E voltei para casa com a deliciosa satisfação de ser apenas e tão somente um venceslauense de coração.
Luciano Esposto é poeta e escritor venceslauense.
9 comentários:
nossa, pensei que era só eu que sentia saudades das fanfarras, toquei na fanfarra do IEE em meados dos anos 90, como era bom, saudável, a noite anterior ao desfile era difícil de passar, saudades dos ensaios na escola no período noturno, saudades de ensaiar marchando nas ruas nas proximidades da escola, eita tempo bom!!!!
Luciano, parabens pela bela postagem, lendo me recordei quando era adolescente e estudava no IEE, alguns meses antes do desfile cívico já se ouvia o ensaio da fanfarra, muito bom relembrar esse tempo, participar dos desfiles pela escola era muito bom. Uma pena que hoje em dia não se vê tanta gente aplicada em ensaios das fanfarras. Abra
ços....
Ó ti mo post luciano, vc está de parabéns
Q. bom tem gente sentindo o q. eu sinto!
parabéns pelas belas colocacoes
gostei muito sobre sua colocacao do belo desfile do alvaro coelho realmente foi emocionante ver ali geracoes emocionadas na avenida
Parabéns Luciano.. também estive no aniversário da Cidade e vi/assisti o desfile.. e assim como vc. me veio a lembrança dos tempos em que tocava na Fanfarra do GE Celso D´Incao..Participei também de Festivais/Concursos em São Paulo nos anos de 76/77.
Saudades do Prof Abílio e amigos de Fanfarra e das viagens de trem até São Paulo quando lotávamos dois vagões.
Realmente, quando vi o som da fanfarra do IEE passando, corri para mais perto, tamanha foi a alegria de ouvir esse som novamente, fiquei muito emocionada de com o som que tanto ajudei a fazer, nas muitas vezes que ensaiei e desfilei por essa avenida tocando na fanfarra do IEE, só senti falta dos velhos uniformes, ma ficou lindo. parabéns pela iniciativa e espero ver não só ela mas as outras também.
estive no desfile, e realmente bateu saudade... muito legal a iniciativa das escolas de reviverem as fanfarras, ano que vem; que alem dos Desbravadores e IEE, Todas as escolas possam sair com fanfarra, mas foi lindo ver a marcha dos Desbravadores e a sonoridade do iee, taum de parabens
SAUDADE,do tempo policia descobria o ladrão e prendia.
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