quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Post do Fernando

Espaço do Nando
Domingo no parque


Foi um domingo delicioso e melancólico em dezembro de 1991. Era a viagem planejada da 8ª A do Alfredo Marcondes Cabral, uma turma que estudava junto há um bom tempo. A princípio, iríamos para o Paraguai e Argentina, mas como a grana arrecadada através de quermesses, rifas e venda de bolos não foi suficiente, resolvemos mudar o itinerário para uma viagem tipo “bate e volta” para São Paulo, que incluía uma tarde no Playcenter. Tudo sob a coordenação da professora Lídia, que lecionava história.


De manhã, um passeio no Zoológico, e posteriormente, a visita tão esperada no parque que tanto queríamos conhecer. E o passeio foi melhor do que se imaginava: alegria, diversão e entusiasmo marcaram aquele domingo de confraternização, mas também de despedida. Despedida porque naquela época, no Cabral não havia segundo grau, e, portanto, aquela turma iria dividir-se: alguns iriam para o Álvaro Coelho, outros para o Antônio Marinho, e um terceiro grupo, para o CEFAM. No final daquela tarde, apesar de alegres, muitos de nós sabíamos que aquela convivência de tantos anos sofreria uma ruptura, além de estarmos conscientes de que aquela escola, da qual tanto gostávamos, a partir dali, faria parte de nossas lembranças. O final daquela tarde no Playcenter teve um misto de alegria e melancolia.


Alegria e melancolia que imagino terem vivido também, os frequentadores do último dia de funcionamento do parque, no último final de semana. O Playcenter encerrou suas atividades, após 39 anos de funcionamento. Imagino como foi o final da tarde do dia 29 de julho, naquele recinto de fantasia, diversão e adrenalina. Penso como foi triste testemunhar o crepúsculo deste derradeiro domingo no parque, presenciar a diminuição gradual dos gritos histéricos, os brinquedos parando de funcionar, as pessoas indo embora, bem como os funcionários, já sentindo saudades e incertezas.


O Playcenter retornará às suas atividades no ano que vem, com outro nome, em um novo projeto, diferente de sua essência tão mítica de quase quatro décadas de existência. Confesso que ao ler a notícia do fechamento do parque, senti um aperto no peito, e lembrei-me, com saudades, daquela deliciosa e melancólica tarde de domingo, em 1991...


Fernando Freitas é Funcionário Público Estadual e escreve às quartas-feiras.

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