segunda-feira, 14 de setembro de 2015

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Saiba os riscos do uso de álcool, cigarro e drogas na gestação

O consumo de álcool, cigarro e drogas na gestação pode deixar sequelas graves no bebê. “O álcool atinge o feto durante todo o período da gestação, afetando várias estruturas importantes que trarão consequências para a criança. São lesões irreversíveis”, explica a pediatra Conceição Aparecida de Mattos Segre, coordenadora do grupo de trabalho sobre os efeitos do álcool na gestante, no feto e no recém-nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

A bebida alcoólica é responsável pela Síndrome Alcoólica Fetal, que causa má-formação no feto. A criança nasce com nariz achatado, pálpebras pequenas, sem prega nasal, lábio superior muito fino e orelhas baixas. Além disso, o álcool acarreta problemas neurológicos, como déficit de atenção e hiperatividade. Os bebês nascem muito irritados, choram sem parar e chegam a tremer quando ouvem barulho.

Na fase escolar, têm muita dificuldade de aprendizado. “Os filhos de mães alcoolistas também têm maior tendência a usar álcool na fase adulta. É um círculo vicioso. Tornam-se pessoas de difícil socialização e delinquentes”, diz a pediatra.

A gestante viciada em álcool precisa fazer um pré-natal com especialistas que dão suporte psicológico adequado. “O profissional não pode estigmatizar essa mulher porque ela precisa sentir confiança no médico. Muitas vezes a gestante ingere álcool, mas não conta porque tem medo”, completa a especialista.

O ginecologista e obstetra Eder Viana de Souza, coordenador de obstetrícia do Amparo Maternal, instituição que oferece assistência à gestante, conta que foram observadas 180 grávidas atendidas no local e constatou-se que aquelas que consumiam álcool começavam, muitas vezes, a beber dentro de casa e até com os próprios pais.

Os efeitos do álcool não aparecem só na gestação. Durante a amamentação, a mulher também deve ficar longe de bebidas alcoólicas. Beber nesta fase pode deixar a criança sonolenta, sem conseguir mamar direito e com baixo peso e crescimento afetado.

O cigarro é outro vilão. A principal consequência na gestação é a restrição do crescimento intra-útero.

Drogas ilícitas

As drogas ilícitas também trazem muitos prejuízos para a saúde do bebê. Entre as drogas mais usadas no Brasil durante a gestação, estão a maconha, solventes, cocaína e crack, segundo o ginecologista e obstetra Eder Viana de Souza. “A dependência dessas mulheres é muito grande. Conheci no Amparo Maternal uma mulher que fugiu no primeiro dia pós-parto para se prostituir e usar maconha, e voltou no final do dia”, relata.

Bebês de mulheres viciadas em cocaína e crack nascem com síndrome de abstinência. Na grávida, a cocaína pode deixar a placenta baixa, podendo levar a hemorragias e sangramentos durante a gestação. A bolsa também pode romper precocemente e o bebê nascer prematuro.

Além da síndrome da abstinência, o filho de uma viciada em crack e cocaína pode sofrer de taquicardia, hipertensão, alterações comportamentais e dificuldade no aprendizado escolar na primeira infância.

Os solventes, que também são bastante usados porque são baratos, causam alteração no crescimento durante a gravidez. O bebê nasce com a fenda palpebral mais estreita e lábio superior mais fino.

Já maconha na gestação pode causar alterações neurocomportamentais e cognitivas, alterando o desenvolvimento da criança. “É preciso lembrar que isso é um fenômeno psicossocial. A gestante que é viciada em drogas precisa ter um pré-natal feito não só por um obstetra, mas também por psicólogo e psiquiatra.”

Bem Estar
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