quarta-feira, 27 de março de 2013

Protesto contra o SUS

 Presidente Venceslau . Saúde 
PARALISAÇÃO NO DIA 8 DE ABRIL
A Santa Casa de Presidente Venceslau aderiu ao Ato de Mobilização Nacional de alerta ao subfinanciamento do SUS - Sistema Único de Saúde. Em Presidente Venceslau a paralisação foi escolhida no dia 8 de abril, quando não serão realizados procedimentos não eletivos (não urgentes), como forma de demonstrar para a população a delicada situação financeira que os hospitais enfrentam. Leiam a carta enviada à nossa redação pelo provedor da Irmandade da Santa Casa de Presidente Venceslau, Antônio José Aldrighi dos Santos.

Santas Casas e Hospitais Beneficentes podem fechar as portas

Em 8 de abril, as Santas Casas, hospitais e entidades beneficentes, farão em todo o país um Ato de Mobilização Nacional para alertar a sociedade sobre o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde, com ênfase na realidade da crise das Santas Casas e Hospitais Beneficentes. O Ato prevê bloquear todo o agendamento eletivo nesta data, como ação de protesto e sensibilização pública. Destacamos que a manutenção da assistência nas urgências e emergências são primordiais para que a população não sofra desassistência generalizada.

A pauta de reivindicações do movimento é o reajuste de 100% para os procedimentos de média e baixa complexidade da Tabela SUS. Este movimento é legítimo e espera mobilizar a opinião pública para que a defasagem da tabela de procedimentos do SUS que impõe um déficit de R$ 5 bilhões por ano às instituições, responsável por uma dívida total de cerca de R$ 12 bilhões, seja revista com urgência.

É notável que está cada vez mais difícil para as Santas Casas e hospitais beneficentes cumprirem seu papel social. A maioria dos seus hospitais utiliza mais de 90% da capacidade no atendimento gratuito, embora a legislação exija apenas 60%. Hoje, algumas já fecharam as portas e muitas estão diminuindo o número de atendimentos para o SUS como forma de atenuar o déficit operacional. Quando um hospital deixa de atender um paciente do SUS não o faz porque não é vantajoso, mas porque não é possível.

 Somente no Estado de São Paulo, as entidades filantrópicas respondem por 50,26% dos leitos públicos, realizando 50,78% das internações. Além disso, 56% das instituições estão localizadas em cidades com até 30 mil habitantes, assumindo posição estratégica para a saúde desses municípios, sendo os únicos a oferecerem leitos em quase 1 mil municípios de menor porte. Os filantrópicos permitiram a criação do SUS, uma das maiores conquistas sociais do Brasil, já que o Estado não dispunha à época, e não dispõe hoje, de uma estrutura capaz de suportar a universalização da assistência. Para vencer esse obstáculo a administração pública estabeleceu um acordo com a rede beneficente, que colocou seus hospitais à disposição do projeto. Essa parceria público-privada é a espinha dorsal do SUS e o colapso das Santas Casas e Hospitais Beneficentes coloca em risco todo o funcionamento do sistema.

Não podemos negar que a EC 29 trouxe avanços para o setor, como a determinação do que, de fato, é gasto em saúde. Mas, da forma como o texto foi aprovado, a área está deixando de receber cerca de R$ 35 bilhões. Dinheiro que, sem dúvida, deveria estar sendo empregado no atendimento à população no Sistema Único de Saúde (SUS). O centro do problema é a defasagem da tabela de procedimentos do SUS. Esse documento determina quanto o Governo deve pagar por cada intervenção realizada nos pacientes da rede pública. No geral, o déficit é de 40%, ou seja, para cada R$ 100,00 gastos os hospitais recebem R$ 60,00. E isso ocorre há anos, minando aos poucos a sobrevivência dos filantrópicos.

Ressaltamos o interesse das entidades em estabelecer canal efetivo de diálogo para alcançar as soluções esperadas pelos milhões de usuários do SUS. Finalmente, diante desse quadro de desequilíbrio, solicitamos a compreensão de todos brasileiros nesta luta, cujo êxito trará ganhos significativos para toda a sociedade.

Atenciosamente,
Antônio José Aldrighi dos Santos
Provedor.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Quadro de desequilíbrio",quem está na corda bamba é e sempre será o povão ou povinho,como alguns tem o prazer de nomear.Tudo isso que o senhor Antônio José salienta,não é causa de nenhum espanto para ninguém mais nesse país,vale ressaltar que seu trabalho está sendo muito importante frente a essa instituição,mais cabe lembrar que para as coisas melhorarem no Brasil primeiro tem que piorar e chamar a atenção das autoridades internacionais "Direitos Humanos" só assim os governantes para fazer alguma coisa,fica com DEUS Toninho.