sábado, 15 de agosto de 2015

Dr. Rondó


Doar sangue faz bem não só para quem recebe, mas para quem doa também!


Infelizmente ainda é muito pequeno o número de pessoas doadoras de sangue. O número de doares não chega nem a 10%. Os outros 90% não doam sangue por medo ou até mesmo por nunca terem parado para pensar na importância deste ato.

Todos os dias, mais de 41 mil doações de sangue são necessárias para atender aos que mais precisam. E essa é uma soma que só é possível alcançar com a doação voluntária; com a boa vontade de homens e mulheres de bem atentos ao seu próximo. Mas, não é isso o que acontece.

Você pode estar pensando que doar sangue seja algo ruim uma vez que a deficiência sanguínea leva ao cansaço, queda imunológica e anemia. O que você não sabe é que uma sobrecarga de ferro no sangue também pode te colocar em uma situação perigosa.

Sendo assim, gostaria que você refletisse sobre o assunto. Veja os benefícios da doação de sangue:

  1. O primeiro você já conhece: sua doação de sangue pode ajudar a salvar muitas vidas!
  2. Reduz o nível de ferro no sangue: Doadores de sangue têm 88% menos possibilidade de sofrer um ataque cardíaco em consequência da indicação do nível de ferro no sangue. As pessoas não entenderam ainda que o excesso de ferro é um fator negativo e que está relacionado ao risco aumentado de infarto do miocárdio. É por isso que mulheres que estão menstruando têm menor risco cardiovascular em comparação aos homens, porém quando entram na menopausa as chances se igualam. Antigamente se acreditava que isso ocorria pela alteração hormonal, porém hoje já se sabe que isso acontece graças à retenção do ferro.
  3. Melhora o fluxo sanguíneo: Vivemos em uma condição em que há maior risco de hipercoagulação do sangue, algo silencioso, mas que apresenta altíssimo risco de morte súbita. Alimentação refinada, muito açúcar, anticoagulantes, cigarros, ondas eletromagnéticas, estresse emocional, ansiedade, colesterol elevado e ácido úrico alterado no sangue, são apenas alguns dos fatores que podem estar colocando sua vida em risco, facilitando a hipercoagulação do sangue. Essa situação de hipercoagulabilidade do sangue aumenta a inflamação, tanto das artérias como nas células pela falta de oxigênio nutrindo os tecidos. Com repetidas doações de sangue, consegue-se melhorar o fluxo sanguíneo e com isso diminuir o risco de obstruções arteriais.
  4. Maior longevidade: Os estudos são muito claros ao retratar que pessoas que doam sangue vivem mais do que as altruístas. Acredita-se que seja por uma atitude que gera menos estresse e pela redução do nível de ferro circulante.

Entenda os males provocados pelo excesso de ferro

Não há como negar que o ferro é um elemento essencial para a nossa vida. Ele faz parte de muitas proteínas e enzimas, envolvidas no transporte de oxigênio, regulação celular, diferenciação, crescimento celular, entre outras funções. Seu papel mais importante é na ligação com a hemoglobina gerando a oxigenação dos tecidos, sem a qual as células acabam sucumbindo.

Por outro lado, nós não temos mecanismos de excreção do ferro; ele é como um metal pesado que uma vez absorvido, fica dentro da célula. A capacidade oxidante do ferro é altíssima e com isso ele pode lesar os tecidos do corpo contribuindo para o surgimento de graves doenças.

Estudos relatam que em câncer com excesso de ferro existe cerca de três vezes mais possibilidades do aparecimento de tumores. Além disso, o ferro em excesso pode estar relacionado com o aparecimento de: cirrose hepática, câncer de fígado, arritmia cardíaca, Doença de Alzheimer, diabetes tipo I e infecções virais e bacterianas.

Você tem checado sua ferritina?

Se você está pensando em prevenção, checar a ferritina é um dos exames básicos para esse objetivo.

Se a sua ferritina estiver baixa, significa que o seu nível de ferro está baixo também.

Os valores de ferritina sérica deve ser entre 20 e 80 ng/ml, sendo que abaixo de 20 sugere que você está deficiente em ferro e acima de 80 que você tem excesso. A dosagem ideal é entre 40 e 60 ng/ml. Quanto mais alto, acima de 100, pior é a sobretaxa; valores acima de 300 são extremamente tóxicos, ligados a eventualmente sérios danos celulares.

Veja quais são as principais causas de absorção de ferro:

  • Uso de panelas de ferro.
  • Consumo de alimentos refinados, como cereais e pão branco que são enriquecidos com ferro. O ferro usado nestes produtos é na forma inorgânica, não muito diferente do que a ferrugem e são mais perigosos do que o ferro na carne.
  • Beber água de poço.

Se você tem excesso de ferro, possivelmente tem também o que chamamos de hemocromatose e uma das formas de tratar isso é doando sangue para que haja uma diminuição no nível de ferro circulante. Porém, só é possível reduzir o nível de ferro intracelular, através de terapias antioxidantes e quelantes que realmente trarão resultados constantes.

E lembre-se, não adianta só retirar a carne vermelha do seu prato, pois os vegetais, alimentos fortificados, industrializados, utensílios de ferro e água de poço, são os fatores mais importantes nesse processo.

Doe sangue ou faça flebotomia terapêutica, porém em ambos os casos, converse com um médico familiarizado ao assunto para que ele possa explicar a necessidade de remoção de ferro intracelular.

E mais do que nunca tenha em mente que doar sangue é um ato de amor pela vida do próximo e pela sua também! Pode doar, sem medo!

Dr. Wilson Rondó, é Cirurgião Vascular, tendo trabalhado como residente na Clinique Du Mail La Rochelle, na França. Possui vários artigos publicados em revistas médicas, além de livros com temas relacionados a nutrição, medicina preventiva e esportiva.
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