sexta-feira, 31 de julho de 2015

Dr. Rondó


Os seus genes podem determinar a quantidade de exercício que você necessita


Nós, pobres mortais, tendemos a acreditar que o exercício afetará a maioria das pessoas de formas similares. Acontece que isso pode ser uma simplificação exagerada, pelo menos quando se trata do mínimo de exercício que você pode fazer e ainda manter a boa saúde.

O fato é que as pessoas respondem ao exercício de formas muito diferentes. Foi o que mostrou um estudo recente feito com mil pessoas se exercitando quatro horas por semana durante 20 semanas. Durante esse estudo foi medido o condicionamento aeróbico antes e depois de começar o regime e os resultados foram marcantes. Embora 15% das pessoas tivessem dado passos enormes (os assim chamados “super-respostas), 20% não mostrou nenhuma melhoria real (os “não respostas”).

Não há evidência alguma dizendo que os “não respostas” não estavam se exercitando corretamente, simplesmente o exercício que estavam praticando não estava deixando-os nem um pouco aerobicamente em forma.

O treinamento de tiros que venho recomendado há algum tempo e que você pode conhecer mais no meu livro “20 Minutos e Emagreça”, não se prende a melhor ou pior condicionamento, mas sim à questão de que todos precisam do condicionamento anaeróbico para permanecer saudável e evitar doenças. Mesmo que algumas pessoas possam realmente ficar mais aerobicamente condicionadas do que outras, praticamente todos parecem se beneficiar de exercício feito corretamente.

Até o exercício breve produz mudanças genéticas

Os achados incluídos aqui também apoiam a pesquisa recentemente publicada no Jornal Cell Metabolism, mostrando que quando as pessoas saudáveis, porém inativas, se exercitam intensamente, mesmo o exercício sendo breve, é produzida imediatamente uma mudança em seu DNA. Enquanto que o código genético subjacente permanece sem mudança, o exercício causa importantes mudanças estruturais e químicas nas moléculas de DNA dentro dos músculos e esta ativação de genes induzida pela contração parece ser o evento inicial na reprogramação genética muscular para ter mais força e para os benefícios estruturais e metabólicos do exercício.

Vários dos genes afetados por uma sessão aguda de exercício são envolvidos no metabolismo da gordura. Especificamente, o estudo sugere que quando você se exercita o seu corpo quase imediatamente experimenta a ativação genética que aumenta a produção de proteínas que queimam a gordura.

Estudos anteriores já identificaram e mediram uma larga variedade de mudanças bioquímicas que ocorrem durante o exercício. Mais de 20 diferentes metabolitos são afetados por ele, inclusive compostos que ajudam você a queimar calorias e gordura, compostos que ajudam a estabilizar o seu açúcar sanguíneo. Estas mudanças bioquímicas criam um feedback positivo.

Como mencionado anteriormente, um dos benefícios do exercício é o fato de ajudar a normalizar os seus níveis de glicose e insulina, otimizando a sensibilidade do receptor de insulina. Este talvez seja o fator mais importante para melhorar a sua saúde de forma geral e evitar a doença crônica.

Dr. Wilson Rondó, é Cirurgião Vascular, tendo trabalhado como residente na Clinique Du Mail La Rochelle, na França. Possui vários artigos publicados em revistas médicas, além de livros com temas relacionados a nutrição, medicina preventiva e esportiva
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Venceslau Cobranças

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