Post do Fernando Freitas

Espaço do Nando
O MÊS OITO

O ser humano gosta de superstições. Adora usar um patuá, talismã ou cumprir um ritual para que o mesmo traga sorte. Ao mesmo tempo, acredita que um gesto, um número ou até mesmo uma data, possa trazer azar. Sinceramente, eu acho isso tudo muito questionável, uma coisa que vai da cultura e da crendice de cada um, mas acreditar que algo ou alguém promova sorte ou azar, na minha opinião, é valorizar demais o sobrenatural e o abstrato, desdenhando o concreto, palpável e real.

Analiso o oitavo mês do calendário, conhecido por todos nós como Agosto. Ouço muita gente falar que este é o “mês do desgosto”, que é o “mês do cachorro louco”, e por aí vai. Para ajudar, a dramaturgia brasileira produziu uma minissérie intitulada “Agosto”, em que a mesma retratava a história do suicídio do ex-presidente da república, Getúlio Vargas. Isso sem falar na ventania incessante característica deste período do ano, que traz consigo muita poeira, folhas secas e uma série de doenças respiratórias como a rinite, a sinusite e a bronquite, por exemplo. Via de regra, agosto também significa o retorno às aulas dos estudantes, cujas férias terminam em julho. Com todos esses elementos contando contra, é compreensível tamanha rejeição das pessoas com relação ao oitavo mês do ano.

Mas assim como o Zagallo, que tenta piamente convencer todo mundo que o número treze não traz azar, mas sim, sorte, tentarei argumentar em favor do questionado mês. É válido lembrar, por exemplo, que no segundo domingo de agosto, é comemorado o dia dos pais. Também vale a pena ressaltar que a ventania chata característica desse período do ano, pode até trazer poeira e sujeira, mas também ajuda a criançada a soltar as bonitas e coloridas pipas no céu, uma tradição que resiste ao tempo, mediante tantos brinquedos e jogos eletrônicos.

Além disso, se o leitor deste texto é venceslauense ou morador da região, deve lembrar-se também que é no final do referido mês que acontece a FAIVE, a maior e mais tradicional festa de nossa comunidade. Portanto, esqueçamos a sinusite, o cachorro louco e a poeira. Demos valor ao dia dos pais, às pipas e à FAIVE, lembrando-se que muitas coisas nessa vida, possuem os prós e os contras, sendo que agosto não é diferente. Sejamos então otimistas e aproveitemos o que o oitavo mês do ano nos oferece de melhor.

Fernando Freitas é Funcionário Público Estadual e escreve às quartas-feiras.