Post do Luciano
UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO
Quando criança, sempre ouvia meu pai contando sobre as cargas de madeira que transportava para as serrarias da cidade as quais eram beneficiadas e, em parte, embarcadas para a capital paulista via ferrovia. O legal era saber que essa matéria-prima ainda era extraída das cercanias do rio Saltinho, cerca de oito... dez quilômetros da cidade apenas.
Ler isso numa época em que extrair madeira nativa, via de regra, lembra grandes crimes ambientais faz parecer que todos eram inconsequentes e irresponsáveis. No fim das contas, até acho que foram, porém é inegável que o momento era outro e a cultura coletiva também contemplava esse tipo de atitude como sinônimo de um progresso que precisava chegar.
Independente de qualquer coisa, a grande verdade é que sofremos até hoje e, possivelmente, sofrerão também as próximas gerações por conta dos desmatamentos Brasil a fora.
Essa responsabilidade com as futuras gerações é mais importante do que parece. Um exemplo disso é a luta constante para tentar equilibrar o que produzimos com sua destinação correta e as sacolinhas exemplificam bem essa realidade.
Algumas cidades já conseguiram 100% de adesão e todos perceberam que, sem um mínimo de vontade de cada um, a coisa não dará certo. Em nossa cidade isso não é diferente. Temos que aderir ao fim das sacolinhas e “deixar” que os supermercados abandonem seu uso.
Sempre que vou às compras, questiono o pessoal do caixa. Percebo que alguns estabelecimentos persistem em oferecer essa facilidade mesmo contra a lei editada pelo nosso legislativo. Não creio que seja o caso de punir o comerciante, mas penso que reclamar por ter esquecido a sacolinha é pior que virar as costas ao desmatamento da Amazônia seja qual for o pretexto.
Imaginem se o caminhão do lixo deixasse de passar em sua casa por uma semana ou até um mês. Parece trágico. Agora imagine compactuar com um lixo que demora 200 anos para desaparecer. Poderia o amigo leitor armazenar em sua casa todas as sacolinhas que arrecada normalmente por um período desses? E por que a comunidade através da prefeitura tem que arcar com esse ônus?
Chegou a hora de cada um fazer a sua parte. Compre alguns ecobags deixando-os no porta-malas do carro e, caso esqueça de levar ao mercado, compre uma sacola novinha por R$ 0,53 até educar sua consciência para perceber que numa vida em sociedade todos somos responsáveis pelos problemas coletivos.
Luciano Esposto é poeta e escritor venceslauense.
Um comentário:
Olá, Luciano. Li este texto e achei interessante. Resolvi salvá-lo em meus arquivos e agora sugiro que os leitores o leiam para que possamos refletir sobre a questão. Segue:
Saco plástico
Leda Nagle, do Jornal O Dia – Rio de Janeiro/RJ, em 12/04/2012)
Qual é a embalagem do açúcar que você compra? Saco plástico.
Onde vem o sal que você compra? Em saco plástico.
E a farinha de trigo, de mandioca, o fubá, o feijão, o arroz nosso de cada dia? Todos embalados em sacos plásticos.
Onde é que você coloca as frutas e os legumes que você compra no supermercado? Em sacos plásticos.
Onde vêm os remédios que você compra nas farmácias? Em sacolas plásticas.
E, por acaso, esta profusão de sacos plásticos -- que fazem parte do seu dia a dia -- não poluem o ambiente? Eles não destroem o Planeta?
O único saco plástico que polui é a sacola plástica que você recebe dos supermercados? E aquelas mesmo que você recicla colocando seu lixo de casa... Aquelas que, se for civilizado, você usa para apanhar e descartar as cacas do seu cachorro... Aquelas mesmo que as grandes redes de supermercados querem parar de fornecer a você na hora das compras, não poluem?
E o que 'eles' (empresários) dizem? "Que elas são as responsáveis pela poluição do nosso Planeta!"
Por que só elas? Só o plástico com que elas são feitas poluem rios, destroem as matas, tornam nosso Mundo menos habitável?
Mas por que só elas?
Quem disse isso? Lógico, as grandes redes de supermercados!
E quem ganha com isto? Por acaso é o Planeta?
Me engana que eu gosto!
Além dos fabricantes de rolos de sacos de lixo, que também são feitos de plástico, quem mais ganha com a proibição das sacolas de plástico são as grandes redes de supermercados que, a partir de agora, em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, não terão mais despesa alguma com o seu consumidor...
Depois que ele pagar — e muito bem — os produtos que compra, o problema de levar os produtos para casa passa a ser só dele, consumidor.
Como você vai levar seus produtos para a sua casa?
Problema seu.
Até porque não são eles que vão entrar nos ônibus cheios, nos trens lotados, nos metrôs entupidos, nas barcas sobrecarregadas, levando uma caixa de papelão. Uma mala sem alça.
E ainda querem convencer você, pessoa de boa fé, que está ajudando na reconstrução do Planeta...
Não é meigo?
Não.
Acho cínico.
E a parte deles?
Bom, eles vendem a você sacolas retornáveis.
E sabe o que acontece dentro delas?
Se você não limpá-las, adequadamente, lavando com água e sabão, bactérias e fungos crescem dentro delas.
Sabia também que o correto seria usar uma sacola para carnes, outra para vegetais e outra para produtos de limpeza? Sabia que elas não podem ser feitas de produto muito resistente, com muitas tramas?
Porque as bactérias se entranham nos tecidos mais fortes com mais facilidade.
E então?
Mais tranquilos?
Vai dar trabalho, ficará mais caro e você ainda acha mesmo que vai ajudar a salvar o Planeta?
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