Os malefícios do horário de verão
Sempre que chega o horário de verão vemos um lado muito bom, que é a possibilidade de se aproveitar essa hora extra do dia praticando alguma atividade física prazerosa ao ar livre. Mas, quando lembramos que devemos acordar uma hora antes, ou seja, que perdemos uma preciosa hora de sono, já começamos a ficar estressados.
E esse estresse não é pequeno, pois compromete o nosso relógio interno, causando impacto negativo com consequências para o nosso corpo. Numerosos estudos mostram que o horário de verão pode ser lesivo para a nossa saúde, mesmo se tratando de só uma hora que penaliza nosso relógio biológico.
Agora, veja o que os estudos apontam:
1 – Ataque cardíaco:
- Segundo um estudo Sueco, há um aumento de chance de se ter um ataque cardíaco nas 3 primeiras semanas após o início do horário de verão, com aumento de incidência desses eventos em 10%.
- Outro estudo, realizado pela Universidade de Alabama, mostra um aumento de 10% de risco cardíaco na primeira segunda-feira do horário de verão.
- Segundo estudo recente, apresentado na sessão anual da American College of Cardiology, o risco de se ter um ataque cardíaco na segunda-feira inicial do horário de verão é 25% mais alto se comparado às segundas-feiras em geral.
- E no final do verão, quando os relógios voltam e as pessoas ganham mais uma hora de sono, o risco de doença cardíaca cai 21%.
3 – Acidentes de trabalho: há um aumento de quase 6% nas semanas iniciais, desabilitando trabalhadores por lesão.
4 – Suicídios: a taxa de suicídios de homens aumenta quando começa o horário de verão.
5 – Produtividade e qualidade de vida: há redução de produtividade, piora da qualidade de vida e aumento de doenças. Além disso, as pessoas se sentem mais cansadas.
6 – Sistema imunológico comprometido: a função imunológica fica temporariamente comprometida enquanto o seu corpo se recompõe dessa mudança de hora e sono. Isso se torna pior caso a sua saúde já esteja comprometida, você faça poucos exercícios, esteja com nutrição inadequada ou alto nível de estresse.
7 – Redução de sono:
- Há um comprometimento por redução de sono, que está associado ao comprometimento da memória, redução de performance e estado de alerta, o que influencia até nas relações pessoais. Essa condição aumenta os níveis de corticosterona (hormônio do estresse), agredindo seu cérebro pela diminuição de novas células cerebrais sendo criadas nos hipocampos.
- Fisicamente, pode haver aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco, piora da viscosidade sanguínea e aumento de marcadores inflamatórios como a Proteína C Reativa, correlacionados com risco cardíaco.
- Dormir menos de 6 horas por noite (ou dormir mais do que 9 horas) pode dobrar o seu risco de Angina, doença coronariana, ataque cardíaco e derrame. Além disso, o modo como o corpo reage à insulina é comprometido, aumentando o risco de Diabetes e ganho de peso, já que você passa a sentir mais fome.
- Com pouco sono, há interferência na produção de hormônio do crescimento, que é liberado enquanto se está em sono profundo. Isso contribui para o envelhecimento precoce.
Dr. Wilson Rondó, é Cirurgião Vascular, tendo trabalhado como residente na Clinique Du Mail La Rochelle, na França. Possui vários artigos publicados em revistas médicas, além de livros com temas relacionados a nutrição, medicina preventiva e esportiva.
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Pérola
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