terça-feira, 15 de julho de 2014

Carta de Clóvis Moré


O amor maternal é dado por Deus

Hoje, dona Lourdes Luchesi Moré, estaria completando 90 anos.
Nasceu no dia 15 de julho de 1924. mas foi registrada no dia 18. Coisas e costumes dos antigos.
Escrevo estas linhas para resgatar um pouco da imensa saudade e da incrível coincidência que aconteceu no dia 9 de julho, feriado nacional.
Inexplicavelmente, o Ivan e o Armando, acompanhado de suas novas companheiras, foram à casa do Toninho, que fica ao lado da antiga casa do velho Nico Moré, na Rua Henrique Dias.
Eu, absorto em outros pensamentos, senti no mesmo instante por volta das 10h da manhã, uma vontade súbita de ir até a casa da dona Lourdes, para buscar uma velha máquina de costura Vigorelli, que há mais de 20 anos ela presenteou a minha primogênita Cristina.
Quando lá cheguei com a Maria Luiza, a Isabel Christina, Bidu, afirmou espantada: “Vocês marcaram encontro aqui?”
Devo dizer que cultivamos os quatro irmãos um grande amor, mas que não é corriqueiro encontros entre nós.
Pensamos em uníssono que para o amor não há necessidade de muita proximidade e sim de saber que o mesmo sangue corre em nossas veias.
Aquele encontro certamente foi promovido pela querida mamãe Lourdes, que com seu imenso amor queria nos ver reunidos, como quando crianças aos seus pés.
O Toninho que ficou com a velha casa de madeira da Henrique Dias, com mais de 60 anos e temia que a qualquer momento a estrutura corroída e alquebrada pelas intempéries poderia desabar. Daí resolver demolí-la.
Quando chegamos, sentimos Toninho que estava diferente e que havia chorado muito. Afinal, foi ali que ele nasceu em um parto normal, no qual ele e mamãe sofreram muito. Mora ali, há mais de 50 anos. O Armando também nasceu na velha casa e seu parto foi calmo e normal, como que pressagiando o que ele seria na vida. Tranquilo e sereno, o mais “binga” dos quatro.
O Ivan nasceu em uma casa ainda mais velha, na Rua Ararigbóia, mas que estava dentro do terreno da atual. Eu nasci nos altos da Princesa Isabel, por uma feliz coincidência, no mesmo terreno onde moram hoje o Nelson e a Lena, casal extraordinário, que são meus cunhados e donos do Pinheirão.
Estou sendo chato - eu sei. Mas, pudera... Lembro-me da minha infância perto da “zona do meretrício”, dos meus pais pobres e honestos, do meu avô Raymundo carroceiro e da minha avó Bina, cozinheira de casamentos de pobres ou ricos e de meus irmãos levados e que faziam da rua e do campo da Mariana e do Municipal, os seus parques de diversões.
Foi ali na esquina da Henrique Dias com a Ararigbóia que começamos a conhecer o mundo. Das charretes, das carroças, do curral do Conselho, do futebol, do Corintinhas, da Mariana, das escolas com os boletins recheados de zero, das brigas em que às vezes batíamos e também apanhávamos.
Das primeiras namoradas - hein Maria Luiza e cunhadas, - afinal, aprendemos ali naquela rua de terra, cheia de gente humilde como nós, a gostar de Presidente Venceslau.
E sempre, ao nosso lado com a varinha de pé de “amora” dona Lourdes a nos sapecar as pernas, para que não nos esquecêssemos da escola, quando nos “rachas” das ruas, parecíamos “índios” em dia de festa. Sujos e “cascorentos”, mas alegres como passarinhos, livres.
Conto tudo isto, com saudade, mas cheio de alegria porque Deus e São Judas e aqueles que cuidaram de mim como a Maria Luiza e os que oraram nos diferentes credos, possam acreditar que o milagre da vida é uma obra de Deus.
Que devemos perseverar em busca do caminho da esperança que nos faz fortes amparados pela mão poderosa de Deus e pelo exemplo de Cristo, que com seu sofrimento mostrou aos homens de boa vontade que o amor da Virgem Maria o acompanhou até o seu leito de morte, enquanto esteve aqui na Terra a mando do Pai todo Poderoso.
E que no céu não nos esquece um só momento... Amém.

9 comentários:

madalena disse...

Conheci muito,e com certeza ela queria ver os filhos juntos na mesma casa, é a luz divina, a mão de Deus.

Anônimo disse...

Apenas uma correção: dia 9 de julho é Feriado Estadual de São Paulo, e não Feriado Nacional. Nesta data comemora-se a Revolução Constitucionalista, que foi um movimento armado dos Paulistas em defesa da promulgação de uma Constituição Democrática.

CRISTIANO RODRIGUES DOS SANTOS disse...

fico admirado em saber a linda história da familia moré afinal tive o prazer de conhecer o toninho ,clovis ,ivan, ivanzinho ,armando na radio pv e jovem som fm sao pessoas bacanas lembro me do dia que o toninho me deu oportunidade pra ser operador de audio e dali me tornei um grande locutor nas horas vagas ass CRISTIANO FILHO

Anônimo disse...

Para aqueles que não acreditam em vida após a morte!!! Nem tudo a ciência explica!!!

Anônimo disse...

toninho que lindo ler isso, vc e suas raizes . felicidades q. Deus te abençõe muitooooo

Anônimo disse...

linda homenagem, CLOVIS parabens por não esquecer a sua essencia ,lembro-me muito bem de sua querida mãe muito me aconselhou, parabens familia é tudo .sonia regina ribeiro

Anônimo disse...

Nesta narrativa do companheiro Clóvis,que por sinal demonstrou que quem é rei nunca perde a majestade.Eu que mesmo não sendo tão ìntimo da família conheço bem os 04 irmãos,inclusive o Ivan jr e até me lembro das suas idas levado pela sua mãe no famoso bar do Xingo em frente ao posto Irmãos Okada,onde eu trabalhava naquela época e bem perto dali defronte estava a loja do velho e conhecido Nico Moré e seu violino que por ele executado entoava suas belas melodias ao amanhecer do dia, isto antes de iniciar o expediente comercial.
E com relação a velha morada,lembro
e sinto saudades,principalmente da adolescência,quantas vezes não passei por ali para fazer algumas cobranças da escola de ensino de datilografia do saudoso Altino
ex.treinador do Corintinha.
E o Famoso Campo da mariana que
tantos craques revelou, e também a
zona, que agente sempre passando em
frente ja aproveitava para dar uma espiadinha nas meninas.
Minha velha e querida Presidente Venceslau fecho os meus olhos e volto no tempo, até parece que foi
ontem,mas o tempo passou e dele só
restou a saudade que por sinal foi
retratado em belas e bem colocadas
palavras deste Célebre Jornalista
da família Moré.

Estou distante,mas preservo as minhas raízes, admiração e apreço
pela minha terra natal,lugar onde eu nasci, e ainda reside os meus familiares.

Gde abraço!
ASS: M.L

Anônimo disse...

Minha avó Maria Amélia,estava lá nessa época,eu também frequentei essa casa,muito criança,mas me lembro muito do sr Nico e dona Lourdes quantas saudades,parabéns Clóvis,Armando,Ivan e Toninho e viva o coríntias.

cristiano filho disse...

toninho muito obrigado por ter publicado meu comentário,pois foi através de voces familias moré, amigos e radios foi que encontrei novos horizontes hoje sou servidor estadual faço o curso de direito em dracena e nas horas vagas faço locuçao nas radios de junqueirópolis um grande abraço pra todos ass cristiano filho