GRANDES SHOWS. SÃO VIÁVEIS?
Estamos num ponto distante das capitais. A região oeste de São Paulo é longe de tudo, especialmente dos quatro grandes eixos da cultura musicada do país, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. Este é um dos fatores determinantes para que estejamos longes também de grandes shows. Quem se arrisca a trazer um artista de primeira linha para subir num palco regional, tem que ter "bala na agulha", coragem, muita coragem. Hoje estava conversando nos bastidores da redação da Jovem Som FM e cheguei a muitas conclusões sobre esse assunto. A distância encarece as apresentações que são contratadas através de produções envolvendo dezenas de profissionais. O cantor não vem sozinho. Ele traz todos os seus músicos e pessoas envolvidas no espetáculo. No caso de Zeca Pagodinho e o cancelamento de seu show, motivo pelo qual estamos escrevendo este comentário, o promotor do evento deveria adquirir 32 passagens aéreas do Rio de Janeiro até Presidente Prudente. Se calcularmos cada uma dessas passagens a R$ 1.600,00 ida e volta, somente com esse detalhe o custo sairia quase que R$ 55 mil. Para se fazer um evento desse ainda é necessário pagar toda a estrutura de arquibancadas e camarotes, direitos autorais, segurança, e várias outras despesas, além do cachê do artista, que no caso do sambista, não deve ser pequeno. Vamos calcular algo em torno de R$ 350 mil o gasto de todo evento. Sabendo da receita necessária, passamos a pensar em qual seria o público necessário para pagar tudo isso. Se calcularmos em cima de 10 mil pessoas, cada uma teria que pagar R$ 35.
E o público?
É muito arriscado entrar numa parada desta. Vamos falar agora do maior problema que nós enfrentamos na região quando se fala em grandes shows. As 51 cidades da 10ª Região Administrativa do Estado de São Paulo tem pouco mais de 800 mil pessoas para um território imenso que, ligado ponto a ponto, é de mais de 350 quilômetros. Eventos de porte grande, normalmente atraem entre 6 mil a 8 mil pessoas pela região. Isto é história. Mesmo eventos populares, como os já realizados em Presidente Venceslau, o risco de bilheteria é o principal problema. Falta gente. A nossa região talvez é a que tenha o menor índice demográfico do estado. Sem gente não há dinheiro, sem dinheiro não há show. Esta é uma realidade que temos que conviver com ela e acho até que abaixar o facho quando o assunto é show de artistas de primeira linha. Fazer show tudo bem, mas com a segurança de obter lucro e satisfação junto ao público. Prejuízo nem pensar.
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Casa do Sorvete
5 comentários:
Parabéns pela Análise:
Essa mesma Observação serve para Empresas, Industrias Faculdades etc..
Politicas, temos poucos Eleitores e não temos votos suficientes para definir uma Eleição Estadual ou Federal
Ai ficamos largados por aqui, Aguardando alguns Politicos mandar R$ 100 mil para calar a boca, valor que não é o suficiente para solucionar nossos problemas.
Bem ou Mal nossa Cidade vive dos Funcionários Publicos e Alguns Corajosos Investidores.
Parabéns Toninho pela excelente explanação sobre a realidade demográfica e econômica de nossa região quanto a viabilidade de realização de grandes shows musicais. A complementação do Turatti completa a realidade. Essas análises devem ser levadas em conta pela Comissão da FAIVE pra não se repetir o prejuízo de 2012.
to com do do meu amigo rodney rosa o lingua preta tava tao animado com o evento pois ia trampa la na praça de alimentaçao.FORÇA AI ESCADINHA.
Concordo com tudo o que disse, e acrescento mais um detalhe: o perfil do gosto musical da maioria da nossa população é sertanejo, de bota, espora e chapéu, caracterizando-nos como uma espécie de "velho oeste bandeirante", onde há pouquíssimo espaço para apresentações de outros gêneros musicais, infelizmente.
Portanto, penso que a questão seja principalmente demográfica e econômica, porém, em um patamar de secundário, também cultural. Enquanto isso, em outra cidade da região com nome de ex-presidentes da república,(tremenda falta de criatividade dos nossos antepassados, diga-se de passagem); Munhoz e Mariano com certeza lotarão o estádio Prudentão para gravar um DVD ao vivo. Mas vale a intenção solidária: para curtir o sertanejo universitário de sucesso perecível, é só levar um quilo de alimento não perecível e ouvir "padá padá, padá padá padá...". Afinal, em nome da solidariedade e do amor ao próximo, qualquer sacrifício é válido.
Ass: O Eldoradense
pessoal so lembra da faive 2012 mas parece que 2013 tambem tem prejuisos o carnaval na faive tambem sera que a prefeitura perduol os baraqueiros que la estavam para vender bebidas pois estavam todos preocupados com o publico pois nao deu ninguem diga se di passagem
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