Três anos atrás

Presidente Venceslau
TRÊS ANOS ATRÁS
Clóvis Moré
Já contei aqui, em postagens anteriores, que os que escrevem, gostam de colocar aos leitores, além de suas opiniões, reflexões e comentários as suas experiências de vida. Em 20 de dezembro de 2010, exatamente neste horário, estava em um leito do Hospital Hamada em Presidente Prudente, ao lado de minha querida esposa Maria Luiza, ainda sedado, após ter sido submetido a uma cirurgia para retirada de tecido do intestino delgado, para uma biopsia. Lembro que após a operação feita por médico que vou omitir seu nome por motivos pessoais, passei muito mal e pensei em certos momentos que iria falecer, devido a uma injeção provavelmente, errada e ao descaso com que fui atendido. Se não fosse o denodo e amor da Maria Luiza e das filhas Cristina, Luciana e Luzia e dos genros Raphael, Junior e Rodrigo, talvez, não estivesse escrevendo estas linhas. Foi um momento de desespero em que a falta de informações e a forma de tratamento recebida, marcaram profundamente a minha existência, na época com 63 anos e que não desejo a ninguém. De 20 de dezembro até o final do ano de 2010, a angustia e a incerteza tomaram conta do meu ser e acabei vítima de um AVC, que graças à bondade da família e de São Judas Tadeu e do meu protetor e anjo da guarda, apesar do susto, não deixou grandes sequelas, apenas gerando um desequilíbrio na hora de andar, até os dias atuais. Mesmo sabendo, que a biópsia, indicava um câncer "neuroendócrino" o referido médico, fazia ouvidos moucos quando indagado da minha situação pela minha esposa e filhas, parecendo conformado quando diagnosticou que não teria uma sobrevida, que talvez não chegasse aos 60 dias, segundo ele. Mesmo passando mal, vim para minha casa "para os últimos dias", quando em 1º de janeiro de 2011, a providência vinda do Dr. Douglas Pinto, meu primo por afinidade, filho do tenente Coronel Otacílio Roberto Pinto, determinou à família que me levasse ao Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, do qual havia sido residente para que ali fosse tratado, pois acreditava que havia possibilidades de recuperação. Nestes três anos que estive em tratamento no A.C. Camargo, graças à equipe de renome daquele hospital, da qual destaco o Dr. Marcelo Cavicchioli, pelos laços de amizade que criamos, sem esquecer o Dr. Wilson Nagakawa, Dr. Tadeu Paiva, Dr. Eduardo Nóbrega, um dos maiores cientistas da área de Medicina Nuclear do mundo, parceiro do Dr. Marcelo, técnicos das maravilhosas máquinas tecnológicas a serviço da salvação de vidas humanas, enfermeiros, enfim todos os quase 2 mil funcionários que ali se dedicam a minorar o sofrimento dos acometidos de câncer. Não posse deixar de agradecer ao diretor da Unimed, Bel. Nelson e da Aline sua secretaria, que sempre nos deram uma atenção especial para que o tratamento continue. Muitos poderão indagar... Porque escrevo estas palavras? Para agradecer a Deus, a São Judas, ao Rauoni, familiares, amigos, àqueles que independente de credos e crenças, oraram por mim e hoje ao me verem, sentem que "um milagre" aconteceu. Estou praticamente recuperado, e quero neste texto dizer aos que "em algum momento de suas vidas, tiverem um alerta como eu tive, que não esmoreçam nunca". É "muito importante" que levantem suas cabeças para Deus e que não percam a esperança na vida que poderão ter. As famílias dos que forem atacados pelo mal, devem estar unidas em torno daquele que Deus escolheu para, como Cristo, sofrer as dores da doença e as dores da alma, que angustiada só encontra no Senhor, o caminho para iluminar os seus passos e da medicina que vai cuidar de sua vida. Não podemos esmorecer nunca. A é, a esperança, a vontade de viver e lutar, são partes da caridade coletiva que sentimos nas palavras de cada pessoa que nos encontram e se apiedam de nós. Os portadores de 'câncer" ao contrário de anos passados, hoje podem ser salvos, terem qualidade de vida, e produzirem de acordo com a vontade de Deus. A minha doença, segundo os médicos, tinha mais de 10 anos dentro de mim, silenciosa, às vezes com uma dorzinha aqui e outra acolá, até vir com uma diarreia, que consumiu mais de 20 quilos do meu corpo. Mesmo na cadeira de rodas, com esta incomparável Maria Luíza ao meu lado, consegui lutar e ter estes três anos de vida, que pelo prenuncio serão muitos, apoiado pelos que gostam de mim e pela extraordinária equipe do A.C. Camargo e seleto amigo Vilarinho. Que estas palavras, sejam um estímulo aos que como eu, tiveram um diagnóstico terrível de que a vida estava no fim. Deus é grande e quero neste momento, copiar do maior leiloeiro de gado do Brasil, João Antonio Gabriel a frase que me enviou: "Você é uma pessoa forte especial. Superar uma doença, uma crise financeira, um transtorno profissional, um conflito de relacionamento é uma tarefa fácil comparada às turbulências que enfrentou para conquistar vida que pulsa dentro de você. Nunca se auto abandone e nem jamais desista das pessoas que o rodeiam, por mais que elas, ocasionalmente, o decepcionem". Feliz Natal a todos, eu estou muito Feliz pela graça que o Menino Jesus me deu, que é continuar vivendo.

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Matogrosso & Mathias