Post do Luciano
A MELHOR IDADE
Alguém já notou a quantidade de pessoas na maravilhosa fase da terceira idade? Digo maravilhosa porque, para muitos, é isso que representa. Um misto de liberdade causada pela aposentadoria e filhos já criados com o desejo de fazer coisas que ainda não fez. Já faz um tempo que agências de viagens e hotéis tem visto nessa galera um grande filão, pois não dependem de época do ano, férias ou coisa que os prenda. Desejam ir e simplesmente vão.
Certo autor disse que a velhice é o momento em que voltamos a ser crianças. Lendo assim parece até um retrocesso na vida, mas saibam que no momento em que deixamos a vida de criança é justamente o instante em que decidimos pela infelicidade. Ser criança é ser puro. É rir à toa e não se preocupar com rótulos. É falar o que pensa sem o desejo de querer dizer sempre o certo ou parecer politicamente correto. Ser criança, indubitavelmente, é ser aquilo para o qual fomos criados.
Por outro lado, a idade tem lá seu lado nem tão feliz assim. O avanço de tantos janeiros cobra do corpo um pedágio pago com algumas limitações físicas, um colesterolzinho ou uma diabetes de leve, nada que um medicamento não controle. O médico deixa de ser aquele sujeito que raramente vemos para ser um grande amigo, alguém a ser lembrado todo o tempo e visitado vez por outra.
Os medos dessa época são comuns a todos e bem claros: adoecer sem ter alguém por perto, sofrer um tombo inesperado, perder o cônjuge de tantos anos ou acabar dependendo do Estado para um tratamento médico. Acho até que este último deve ser o pior dos medos, pelo menos na minha opinião.
De qualquer forma, a melhor idade não é época para reclamar e sim para regalar-se com todos os amigos antigos e novos. É tempo de viajar ou de levar um netinho para passear e contar-lhe histórias de um passado que nunca imaginaria. É momento de viver uma vida que, mesmo não sendo tão longa quanto os dias que o levaram até ali, que seja maravilhosa enquanto dure.
Luciano Esposto é poeta e escritor venceslauense.
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