Espaço do Nando
Dilão
Compartilho da ideia de que homenagens devem ser realizadas enquanto o cidadão está vivo, pois, caso contrário, a mesma parece perder um pouco o sentido. Baseando-se neste princípio, resolvi escrever sobre uma pessoa que talvez não seja muito conhecida na sociedade venceslauense, mas que é uma figura de grande carisma no bairro onde moro.
Não sei seu nome completo, sei que se chama Adílio, mas a maioria dos moradores do Jardim Eldorado, o chama por “Dilão”. Trabalhou no extinto frigorífico Kaiowa, é casado, corintiano fanático, pai de três filhos, apreciador de futebol e de uma boa partida de “cacheta”. Dilão é daquelas pessoas que se fazem marcantes pelo respeito e pela simpatia.
Quando cheguei para morar no Jardim Eldorado há 23 anos, o bairro tinha poucos moradores, não tinha pavimentação asfáltica e dispunha de pouca infraestrutura, tendo no ainda precário campinho de futebol, sua única opção de lazer. E como toda boa vila que se preze, por aqui, havia um time, do qual Dilão era o técnico.
Nosso treinador não priorizava resultados, dando pouca ênfase a qualquer esquema tático. Fazia isso por amor ao futebol e para realizar, mesmo que de forma inconsciente, gratuita e totalmente informal, um trabalho esportivo para os jovens do bairro; (trabalho este que possuía também grande valor social).
Por várias vezes atravessou a cidade a pé, juntamente com a “molecada”, para que jogássemos na Vila Baruta, no Ipanema, na Cecap, na Aviação e em tantos outros campinhos de Presidente Venceslau. Levava consigo uma garrafa térmica com água gelada e uma sacola plástica, contendo nela o surrado uniforme azul claro do time dos “Parentes”.
Durante as partidas dava um ou outro grito, sendo que a maioria deles tinha a finalidade de incentivar. Talvez sua única intolerância fosse com os “atletas” que prometiam ir aos jogos e faltassem, no dia dos embates. No decorrer das partidas, realizava um revezamento bacana entre os jogadores, para que todos participassem. Acho que era uma forma de promover a autoestima em cada um de nós.
Do time dos jovens comandados por Dilão, na década de 90, não foi revelado nenhum jogador profissional, nenhum craque para o futebol brasileiro. Porém, foram formados homens com caráter, que hoje chefiam suas famílias e prestam serviços em vários segmentos na comunidade local e também em outras cidades. Por isso, resolvi homenageá-lo desta forma singela e sincera, pois nosso “treinador” talvez não saiba a dimensão da sua importância na vida de várias pessoas e também da história do nosso bairro. Portanto: obrigado, Dilão!
Fernando Freitas é funcionário público estadual e escreve às quartas-feiras.
4 comentários:
É ISSO AI, TEMOS QUE LEMBRAR DAS PESSOAS QUE MARCARAM NOSSAS VIDAS E FIZERAM PARTE DELA ENQUANTO ESTÃO ENTRE NÓS PARA QUE SAIBA COMO FOI E CONTINUA SENDO IMPORTANTE PARA NÓS.
Outra pessoa que merecia uma homenagem em vida é o Wilson da Auta de Souza .
PARABÉNS FERNANDO PELO SEU BRILHANTISMO DE HOMENAGEAR ESTA PESSOA TÃO MARAVILHOSA QUE É O DILÃO, POIS HOMEM INTEGRO, BOM PAI, BOM MARIDO EXCELENTE IRMÃO E COMPANHEIRO DE TODAS AS HORAS, QUE DEUS POSSA ILUMINAR A VIDA DO DILÃO E DE SEUS FAMILIARES,
Assim como o anônimo das 11:02 do dia 24, também acho que muitas pessoas merecem homenagem em vida, pois o voluntario e o ser mais nobre que pode existir não quero citar ninguém mas tem muito jovem salvo das drogas devido a serviços lúdicos,esportivos e culturais realizado em nossa cidade. Pense nisso.
Postar um comentário