Post do Luciano
MORTE E VIDA
A morte sempre será a única certeza do ser humano. Não tem fronteiras que a delimite ou formas que a previna. Mas algumas sempre chamarão a atenção.
Por mais que as mídias modernas tenham a capacidade de promover e dar visibilidade as pessoas, é certo que isso só não basta e, graças a Deus, as massas precisam sentir um algo mais que eleve aquele cidadão a condição de ídolo.
Chega a ser singelo perceber quando alguém passa de mero cidadão a ídolo das massas. Quando em vida, sempre será marcado por uma atitude exemplar seja na forma de pensar, de agindo com o próximo ou na sua postura enquanto cidadão.
São pessoas desapegadas de tudo aquilo que nós, meros mortais, desejaríamos facilmente, conquistando uma vida financeira confortável e até abastada em alguns casos, da qual parecem desfrutar apenas o necessário.
Mas é só na morte que as massas perceberão o quanto de admiração tinham por eles. Ali, naquele momento da notícia, notamos que o respeito deu lugar a falta e que a ausência será parceira da saudade. E sentir saudade de alguém com quem não convivemos é algo muito estranho, pois somatizamos suas qualidades e deixamos crescer lá no fundo uma falsa sensação de parente querido.
E é assim mesmo que queremos sentir. Desejamos que o nosso “personagem nacional” seja colocado em posição de destaque e que todos possam saber que este, sim, foi uma pessoa que deixou legado, algo para ser tido como exemplo de atitude e pensamento.
A minha “média” idade me proporcionou acompanhar o surgimento de poucos ídolos, dentre os quais, prefiro mencionar apenas Ayrton Senna. E para fazer par ao lado deste grande brasileiro somente alguém como Oscar Niemeyer, que de tão desapegado, chegava a alegrar-se quando dividia seus ganhos com amigos em dificuldade. Amante da melhor arte, criativo, e reconhecido pelo mundo como um ícone da sua área, deixará saudade pela ausência ao mesmo tempo em que o concreto sempre marcará sua presença, porque os grandes brasileiros precisam ser lembrados eternamente.
Luciano Esposto é poeta e escritor venceslauense.
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