quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Post do Luciano Esposto

Post do Luciano
DISTÂNCIA DO BOM SENSO

Recentemente, li uma matéria sobre uma possível alteração no código de trânsito que obrigaria os motoristas de caminhões, que trafegarem carregados, a manter uma distância entre eles de oitenta metros com intuito de permitir ultrapassagens mais seguras.

São nesses momentos que me compadeço com os amigos policiais rodoviários, porque não é fácil notificar alguém baseado, por vezes, em regras absurdas.

A tentativa me pareceu tão ineficaz quanto absurda. Acho que nossos legisladores estão viajando demais a países desenvolvidos onde certas hipocrisias não existem. Antes de exigir uma distância entre caminhões seria necessário exigir que alguns trechos já concedidos a iniciativa privada tivessem um asfalto decente. Ainda acontecem acidentes por aquaplanagem em estradas pedagiadas e isto sim, é um tremendo absurdo.

Uma lei como esta seria tão eficientemente fiscalizável quanto a que determina que os veículos não podem trafegar com velocidade inferior a 50% da máxima permitida.

Na prática é assim: Se a velocidade para caminhões é de 80km/h, logo não podem trafegar a menos de 40km/h. Qualquer caminhão sobe a oncinha, aqui na Raposo Tavares, entre Pres. Venceslau e Caiuá a menos de 40km/h, pois o local é quase uma serra para os pesados e multa-los seria um baita absurdo. E os canavieiros que nunca conseguem andar a mais que 60km/h, quase parando nas subidas a 20km/h...10km/h?!

E por falar em canavieiros, estes deveriam ter um capitulo a parte na legislação. São causadores de uma enormidade de acidentes. Não é difícil perceber o problema quando nos deparamos com um desses a nossa frente. E nos “deparar” é bem o termo para o que acontece quando os avistamos. Mal os vemos e logo já estão a nossa frente como se estivessem parados na pista. A sensação de não conseguir frear a tempo chega a causar pânico em alguns. Para um motorista de pouca prática a traseira de um canavieiro pode ser sinônimo de um acidente grave ou do primeiro susto com causa.

Também não acho que deveriam deixar de circular ou de trafegar sem as “julietas”, pois isso encareceria o custo do álcool e ninguém merece mais reajustes, mas acho prudente que utilizassem batedores e uma sinalização mais eficiente que os identificasse como um veículo muito lento.

Como dizia meu saudoso professor de geografia... “o deserto verde se aproxima”. Acho melhor nos adequarmos com mais eficiência as novas realidades na tentativa de minimizar problemas desta magnitude.

Luciano Esposto é poeta e escritor venceslauense.

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