quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Post do Fernando Freitas

Espaço do Nando
Em defesa da classe

Há algum tempo gostaria de escrever sobre o tema, mas resguardei-me. Fazer uma defesa do grupo ao qual eu estou inserido talvez possa parecer corporativismo. Mas sinceramente, quem defende alguma ideia precisa acostumar-se com a possibilidade de ser questionado, criticado ou mal interpretado. Portanto, segue abaixo minha opinião:

Algo que tem me incomodado há algum tempo, é a observância de estigmas e preconceitos da sociedade em torno do funcionalismo público. Existe, ainda que em forma de brincadeiras ou sarcasmo, uma difusão da ideia de que o servidor público é um constante insatisfeito e que pouco trabalha. Posso até concordar com o primeiro item, pois as más condições de trabalho, a defasagem de corpo funcional e outros problemas que afligem a classe, geram mesmo, uma aparente insatisfação eterna. Mas se esta insatisfação parece ser permanente, é exatamente porque os problemas em torno da categoria, também o são. Com relação à questão de “trabalhar pouco”, estes sim, são pensamentos bastante equivocados. Só faz tal afirmação quem desconhece ou quer desmerecer a realidade do serviço público.

Não estou aqui me referindo a uma minoria de servidores comissionados dos mais altos escalões das três esferas do Poder Público, mas sim, às tantas categorias de servidores que sofrem nas áreas da educação, segurança, saúde e demais segmentos profissionais de prestação de serviços municipais, estatais e federais.

Minha defesa refere-se aos coletores de lixo, aos enfermeiros, aos professores, aos policiais, aos agentes penitenciários, enfim, a todas as categorias que trabalham no seu limite, com quadro funcional insuficiente e condições precárias de trabalho; (muitas vezes, insalubres).

Mas sempre terá aquele que vai argumentar: Não sabiam onde estavam entrando? Não leram o edital? Claro que sim. Mas isso não impede ninguém, desde que seja cumpridor dos seus deveres, de lutar pelos seus direitos e por melhorias. Isso, não sou eu quem digo, mas sim, uma tal CONSTITUIÇÃO FEDERAL, carta magna de um país que preza pelo ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.

Se por um lado, somos beneficiados por certa “estabilidade” no trabalho, (muitos, na condição de efetivos); por outro, não contamos com o seguro-desemprego ou mesmo com o fundo de garantia, benefícios que contemplam os demitidos do setor privado. São diferenças entre ambos os setores, que creio eu, não tornam um melhor que o outro, apenas diferentes. Bons e maus serviços ou profissionais existem tanto no setor público, quando no privado.
E para terminar minha argumentação, lembro que é fácil ver “a pinga que os outros bebem”. Difícil é conseguir enxergar os tombos alheios. E acreditem: os tombos não são poucos...

Fernando Freitas é Funcionário Público Estadual e escreve às quartas-feiras.

6 comentários:

Anônimo disse...

FERNANDO ENTAO VEJA O VIDEO QUE O DEPUTADO MAJOR OLIMPIO ESTA NO YOU TUBE EM DEFESA DA CLASSE DOS FUNCINARIOS PUBLICOS ONDE DIO TEMA E''O GOVERNO NUNCA HUMILHOU TANTO AS POLICIAS CIVIS E MILITARES COMO AGORA'' VEJA E REPASSE A TODOS ,E MUITO INTERESSANTE O QUE O MAJOR DISSE EM PUBLICO COM RELAÇAO AO FUNCIONALISMO PUBLICO,DESCASO DO GOVERNO,RASGOU O VERBO CONFIRA E VC VAI APROVAR,ABRAÇO

26 anos disse...

Parabéns por lembrar de um assunto tão antigo e que me atinge, nunca mudou, eu falava de funcionários públicos e fazia piadinhas até virar um deles, sou Oficial Administrativa e se fosse como uma pequena minoria que não faz absolutamente nada com certeza gastaria o tempo livre do serviço estudando e passaria em um concurso que ganhasse mais, não faço parte desta minoria faço parte daquela que tem que se virar nos 30 para o dinheiro que o estado oferece suprir e deixar os "presos" com tudo que uma pessoa precisa para ser "bem cuidado", jogo de cintura para aguentar superiores, porque caso contrário vc é rebaixado ou transferido, dentre outros. Além disto faço parte da maioria que acaba fazendo do estado um "bico", ganho mais no meu serviço fora daqui como tantos outros tenho ai umas 5 horas do meu dia para dormir... sábado domingo e feriado? o que é isso???? sou funcionária pública isto não me pertence...

Anônimo disse...


BEM EXPLICADOO. ENTRE TANTOS ESCLARECIMENTOS, A DE SE TER O RESPEITO PELASS CLASSES DA EDUCAÇÃO, DA SEGURANÇA, E DA SAÚDE.MUITOS PROFISSIONAIS LUTARAM PARA TER ALGO MELHOR. ESTUDARAM. FIZERO CONCURSO. O DESPREZO DO GOVERNO, PRINCIPALMENTE O ESTADUAL, COM CERTEZA TEM UM PREÇO. AS URNAS DIRÃO MAIS ADIANTE, QUANDO CUSTA À ATITUDE.NO ESTADO DE S. PAULO, ENTRE FUNCIONÁRIOS DA ATIVA E APOSENTADOS, SOMAM-SE MAIS DE hUMM MILHÃO DE PESSOAS. DESPRESAR ESSE MONTANTE É NÃO SABER LIDAR COM UMA CERTA PERPETUALIDADE NO PODER.O GOVERNO, CONTINUANDO ASSIM,, CERTAMENTE SERÁ SUBSTITUÍDO E DIFICILMENTE VOLTARÁ AO PODER. A ÚLTIMA ELEIÇÃO FOI UM AVIZO. LEVARAM POR POCO. TEM UMA MINA DE OURO NAS MÃOS DE CABO ELEITORAES E SEMPRE VIRA AS COSTAS PARA FUNCIONALISMO. A HORA DELE VAI CHEGAR. VAI SIM

CLEUSA disse...

MUITO BOA A REPORTAGEM DO FERNANDO. PARABÉS!

kill disse...

é uma pena que o deputado Olimpio seja como uma barata tentando defender um elefante, triste realidade.

Anônimo disse...

então, o serviço público é desmerecido perante ao particular por 1 grande motivo:
1- são concorrentes, com relação ao público atendido, ex: saúde e educação. Ou seja, se vc tiver uma boa saúde pública quem vai pagar os planos particulares?
Portanto, dizer que o trabalhador público é melhor do que o particular, seria maldizer o particular. E nenhuma empresa aceita isto.
Mas, que a realidade seja dita, a empresa pública capacita e investe em seus funcionários bem mais do que empresas particulares. E muitas vezes, a empresa particular contrata este funcionário público altamente capacitado com salários bem superiores ao salário do público devido a sua qualidade.
E isso não divulgado.
ex: quantos policiais vão para empresas de segurança particular prestar assessoria? Conheço vários.