RESERVATÓRIOS PODEM SER MONITORADOS POR SATÉLITES
Assessoria
Um projeto inédito desenvolvido pela Faculdade de Ciência e Tecnologia / Universidade Estadual Paulista (FCT/Unesp) de Presidente Prudente, e patrocinado pela Duke Energy do Brasil, busca automatizar o monitoramento das bordas de reservatórios através da combinação de imagens de satélite de diferentes resoluções espaciais. De acordo com o gestor do projeto e analista de Patrimônio da empresa de energia, Marcelo Solfa Pinto, o sistema é uma importante ferramenta na extração de informações e imagens das áreas naturais e seus processos de transformação.
Os primeiros resultados do estudo serão apresentados no XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, que ocorre de 25 a 29 de abril, em João Pessoa (PB) - evento considerado referência em toda a América Latina.
De acordo com Solfa, o projeto de pesquisa e desenvolvimento pode ser caracterizado como inédito pelo objetivo de desenvolver e propor uma metodologia sistemática de trabalho para monitoramento de bordas de reservatórios por meio de imagens de satélite. A automatização do processo de levantar informações sobre essas áreas facilita o trabalho de acompanhamento, reduzindo a exigência de um profissional com alto conhecimento em sensoriamento remoto para a detecção das alterações nos locais analisados.
De forma prática, o trabalho se caracteriza em utilizar imagens de satélite de uma mesma área, feitas em duas datas diferentes. "Elas são submetidas a um processamento computacional robusto, que demonstra as alterações ocorridas no período. Essas alterações podem ser construções de intervenções [casas, barracos, trapiches e outros] ou mudança nas feições do local”, explica o gestor.
Nos primeiros experimentos, cujos resultados serão apresentados no simpósio, foram realizados testes nas áreas do reservatório da UHE Rosana, município de Jardim Olinda (PR), e em Canoas I, em Andirá (PR), utilizando imagens de 2012 e 2014. “Detectamos alterações nas áreas avaliadas, como remoção de trapiches/passarelas, surgimento de edificações e áreas trabalhadas para a retirada de argila”, expõe Solfa.
Durante o ano de 2015, serão feitas imagens e testes de áreas estratégicas ao longo dos oito reservatórios administrados pela Duke Energy, no Rio Paranapanema: Jurumirim, Chavantes, Salto Grande, Canoas I e II, Capivara, Taquaruçu e Rosana. “Estas novas imagens nos permitirão comparar a dinâmica de alterações, testar o software em produção e validar a potencialidade do uso das imagens para o monitoramento”, detalha o analista de Patrimônio, acrescentando que as imagens coletadas são com resolução de 0,50m, ou seja, os equipamentos têm potencial para detectar objetos maiores que um quadrado de 0,50m x 0,50m.
“Se os testes de automação [software] em conjunto com a combinação das imagens de satélite em diferentes resoluções, previstos para os próximos dois anos, apresentarem resultados satisfatórios sob a relação custo e benefício, essa tecnologia poderá ser aplicada não somente
nos reservatórios da Duke Energy, mas também em reservatórios de outras concessionárias que demonstraram interesse em nossos estudos” destaca Ivan Toyama, gerente-adjunto de Patrimônio da companhia.
Pesquisadores
Enquanto a Duke Energy atua como patrocinadora, a FCT/Unesp e a Fundação para Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) são as executoras da iniciativa, cabendo ao Departamento de Cartografia da Unesp o papel de desenvolver programas computacionais para a realização do trabalho. “O departamento da Unesp é um centro de referência em pesquisa na área de sensoriamento remoto. Assim, pesquisadores de alto gabarito na área estão atuando no projeto como Maria de Lourdes Trindade Bueno Galo, Mauricio Galo, Amilton Amorim, Júlio Hasegawa, Nilton Imai e o engenheiro cartógrafo e mestrando Carlos Rodrigo Caldeira”, destaca Toyama.
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Sicredi
Um comentário:
Em 1988 o falecido Olavo Yui comentou que um tio criava peixes num tanque e um satélite havia fotografado e o procuraram. faz tempo hein!
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