Alimento controverso, o chocolate pode diminuir o risco de doença cardiovascular em 37%
A avaliação de uma meta-análise de sete estudos clínicos concluiu que o consumo de chocolate, ao contrário do que muita gente imagina, não aumenta o risco de doenças cardíacas, derrame ou diabetes do tipo 2. Ao todo foram analisados 114 mil participantes e dos sete estudos, cinco apontaram o mesmo resultado: o chocolate está associado à redução do desenvolvimento de doenças cardíacas, ou melhor, de doenças cardiometabólicas que incluem, além do diabetes e do derrame, a hipertensão, a hipoglicemia de jejum, o colesterol, os triglicérides elevados e a obesidade. O resultado da avaliação conclui que o consumo do chocolate proporciona:
• 37% de redução de doença cardiovascular; e
• 29% de redução de derrame.
Mas, é importante que você tenha em mente que nem todos os chocolates são iguais. Quando você vê referências ao chocolate em pesquisas, significa que foram utilizados chocolates escuros e/ou cacau puro e não o chocolate ao leite. Esta não é a primeira vez que o chocolate escuro mostra-se benéfico para a saúde. Há cinco anos os pesquisadores observaram que pequenas quantidades de chocolate escuro poderiam reduzir o risco de doença cardíaca. Isso porque assim como a aspirina, o chocolate tinha efeitos bioquímicos que reduziam a agregação plaquetária, fenômeno responsável pela a formação dos coágulos sanguíneos. Essa agregação pode ser fatal caso o coágulo formado obstrua um vaso sanguíneo causando o infarto. Outro estudo interessante, e mais recente, mostra que o chocolate escuro contém um flavonóide chamado epicatequina, que protege o seu cérebro após o derrame aumentando a sinalização celular na área afetada.
Nem todo chocolate é igual
Certamente você está bem mais feliz ao saber que o chocolate é um alimento que traz benefícios para a sua saúde. Esses benefícios são resultado da alta concentração de antioxidantes presentes no cacau puro. Mas, tome muito cuidado! Não é todo e qualquer chocolate que poderá fazer milagre pela sua saúde. Essa taxa de benefício tende a diminuir na medida em que o cacau for processado. Portanto, não espere milagres de chocolates normais. Infelizmente, poucos chocolates ainda contêm ingredientes ativos em sua composição. O chocolate que oferece maiores benefícios é geralmente aquele que as pessoas mais rejeitam, pois ele chega a ser bastante amargo devido à alta concentração de cacau. Talvez você ainda não saiba, mas um chocolate de boa qualidade deve ter no mínimo 70% de cacau. De acordo com um artigo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, em ordem, os produtos que possuem maior taxa de antioxidante são:
• cacau em pó;
• chocolate amargo;
• chocolate escuro; e
• chocolate meio amargo.
Ainda que seja mais saboroso, o chocolate ao leite deve ser evitado! Além de possuir poucos antioxidantes, ele contém leite o que anula o efeito desta substância. Além disso, o chocolate ao leite é saturado com açúcar, o que causa mais danos para a sua saúde do que benefícios ao sistema cardiovascular. E que isso sirva de alerta: durante seu processamento, o chocolate pode sofrer uma contaminação por chumbo. Estudos revelam que meia barra de chocolate por semana (+/- 7,0 gr.) é a quantidade observada como ideal para a efetiva proteção contra inflamação e doença cardiovascular.
Tenha o chocolate, de qualidade, como seu grande aliado!
Cacau puro está no topo entre os antioxidantes
Enquanto os flavonóides podem ser encontrados em diversos alimentos, alguns têm maior concentração de antioxidantes que outros. O cacau puro está no topo deste ranking, pois segundo estudo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, em um copo de cacau quente, feito com cacau puro, encontramos:
• quase o dobro de antioxidantes de uma taça de vinho tinto;
• mais do que o dobro da quantidade encontrada no chá verde; e
• cerca de cinco vezes mais do que no chá preto.
Linha de defesa para uma vida saudável
Mesmo que os antioxidantes derivados do chocolate protejam nosso organismo contra doenças cardiovasculares, você não pode depender somente deles. Eles não fazem milagres sozinhos. Sendo assim, aconselho a você que:
• Otimize o seu nível de insulina: limite a ingestão de frutose e grãos, até que a sua insulina esteja normalizada;
• Siga o seu tipo metabólico: isso o ajudará no trabalho preventivo e curativo.
• Otimize os níveis de vitamina D, pois este impacto importante na diminuição de risco cardiovascular;
• Exercite-se regularmente;
• Substitua a gordura trans por gorduras saturadas saudáveis como o óleo de coco, manteiga e carne de gado criado no pasto;
• Faça a ingestão de quantidades melhores de W3; e
• Tenha quantidade adequada de sono todas as noites.
Dr. Wilson Rondó, é Cirurgião Vascular, tendo trabalhado como residente na Clinique Du Mail La Rochelle, na França. Possui vários artigos publicados em revistas médicas, além de livros com temas relacionados a nutrição, medicina preventiva e esportiva.
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