Eduardo Nunes
TOLERÂNCIA
Com o passar do tempo (podemos notar), nós, seres humanos, estamos cada vez mais abolindo o sofrimento de nossas vidas; estamos buscando todos os recursos ao alcance para evitar a dor.
Aparatos tecnológicos dos mais variados; rotina de afazeres que frequentemente só tem como função livrar-nos do ócio; relacionamentos rápidos e sucessivos. Todos esses aspectos, para além de seus objetivos e funcionalidades declarados, também comportam a condição de suprimirem o sofrimento.
O mínimo de sofrimento já é motivo suficiente para que larguemos o que estamos realizando a fim de buscar outro afazer que, quiçá, não nos faça sofrer.
Acontece, e isso todos sabemos, ainda que não queiramos ver, que não há investimento que garanta só o prazer. O paradoxo existente é que para chegar a uma realização (ao prazer) são necessárias certas quantias de desilusões e sofrimento.
Parece, no entanto, que nos dias de hoje, o homem se tornou menos tolerante à dor e, consequentemente, mais vulnerável aos seus efeitos. Quantos projetos, relacionamentos, potenciais em franco desenvolvimento não são perdidos ou abandonados ao se depararem com as primeiras dificuldades?
Tolerar o sofrimento é muito dolorido, por vezes exaustivo, mas é o principal combustível para provocar mudanças, crescimento pessoal e a obtenção de prazer.
Eduardo Nunes, psicólogo, venceslauense.
Um comentário:
MUITO DEZ ESTA REFLEXÃO, COMO SERIA BOM SE O SER HUMANO VOLTASSE MAIS PARA AQUILO QUE VERDADEIRAMENTE É IMPORTANTE PARA A NOSSA FELICIDADE, E QUE SER FELIZ INDEPENDE DOS SOFRIMENTOS QUE VENHAMOS A TER, MAS SIM DA FORMA COMO OS ENFRENTAMOS.
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