Eduardo Nunes
RELACIONAMENTOS
Atualmente, o homem busca, com freqüência cada vez maior, relações que sejam rápidas e sucintas. Dificilmente, sobretudo nos jovens de nossa época, o sentimento de amor está relacionado a um compromisso mais duradouro. As relações apresentam-se, em geral, como relações descartáveis.
O que é lento, árduo, que requeira cultivo e cuidado está fora de moda (inclusive a moda também estará logo, logo). Vivemos em uma sociedade instantânea, acelerada, onde tudo que anda a passos mais lentos é considerado rudimentar e, portanto, ultrapassado e descartável.
Se nos livramos de aparelhos celulares, televisores, entre outros produtos com plenas condições de uso e funcionamento, sem nem mesmo pestanejar, para que possamos adquirir outros mais modernos e evoluídos, porque há de imaginarmos que com as nossas relações seríamos diferentes?
O que pensar da modalidade de relacionamento “ficar” dos jovens? O “ficar”, terminologicamente, pode induzir e dar a entender um momento de estabilidade, de fixação nas relações em nossa sociedade veloz. Entretanto, quando estão todos em movimento, se você “ficar” por demasiado tempo, poderá ser atropelado, ultrapassado ou, ainda, perder uma boa oportunidade. Por isso, o “ficar” tem a função de uma ligação rápida, é apenas um recorte mínimo na linha das relações; tão rápido surge, fica e esvaece.
Essa, talvez, seja a intenção. Compromissos deixam marcas mais profundas, exigem um esforço contínuo, uma determinação maior e, por vezes, uma protelação da satisfação e do prazer. Por outro lado, o “ficar” e outras modalidades de relação rápidas aparentam-se bem mais confortáveis, a satisfação é o único objetivo e não há responsabilidades no dia seguinte. Os sentimentos são fluídos, mudam rapidamente, surgem novas metas e aspirações, novas oportunidades, que potencialmente podem ser melhores do que a atual.
Satisfação imediata e pouco sofrimento são os norteadores de grande parte das relações contemporâneas.
Eduardo Nunes, psicólogo, venceslauense.
2 comentários:
cara acabei de falar sobre isso agora, parabéns pelo texto....
É EXATAMENTE,MUITOS DE TANTO FICAREM ACABAM FICANDO,SÓ,SEM NOÇÃO,SEM VALORES MORAIS,SEM PERCEBER QUE A VIDA É CONTINUA ATÉ QUE TERMINA E ENFIM VIVEM COMO SE NUNCA FOSEM MORRER E MORREM COMO SE NUNCA TIVESEM VIVIDO.
PARABENS EDUARDO NÃO SO POR ESSE TEXTO,MAS POR TODOS OS OUTROS.
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