quinta-feira, 17 de setembro de 2015

1000 dias

Alimentação nos primeiros 1000 dias de vida é decisiva para a saúde da criança

O cuidado com a alimentação da criança começa no útero. Tudo o que mãe come, bebe ou inala vai para o bebê. “Se a gestante come muito doce, o fetinho passa a gostar mais de açúcar”, alerta o pediatra e nutrólogo Dr. Fernando Nóbrega, que tem no currículo mais de 60 anos de experiência em pediatria.

A escolha alimentar nos primeiros 1000 dias interfere diretamente na saúde da criança a partir daí. E uma das maiores preocupações entre os pediatras é a obesidade infantil. Sabia que uma criança obesa tem 40% de chance de se tornar um adulto obeso? O problema é que doenças como hipertensão, diabetes e aumento nas taxas de gorduras no sangue caminham junto com a obesidade.

Até os seis meses de vida, uma das maneiras mais eficazes de evitar esse problema é dar o peito. O leite materno é tudo o que ele precisa para crescer saudável e com menor risco de se tornar obeso: água, proteínas, vitaminas, minerais e gorduras. Tudo na medida exata para o desenvolvimento da criança.

Paladar saudável

Depois dos seis meses, frutas e papinhas passam a complementar a alimentação do bebê, além da amamentação. A pediatra e médica do esporte Ana Lúcia de Sá explica que a mãe deve optar por alimentos frescos e ricos em nutrientes, pois nessa fase é mais fácil controlar e ensinar hábitos saudáveis. Variedade é a palavra! A criança só vai comer o que os pais oferecerem. Se eles optarem por frutas, legumes e verduras variados, a chance dela crescer habituada a opções mais saudáveis é maior.

Não desista, insista!

E atenção: não desista de oferecer à criança nenhum alimento. Seja suco, fruta, legume ou verdura. Ofereça pelo menos 10 vezes em dias e horários diferentes. Se a criança recusou kiwi uma, duas, cinco vezes, não significa que ela não goste. Pode ser que na décima vez ela aceite bem a fruta.

Por outro lado, a pediatra recomenda que até um ano de idade os pais fiquem atentos a algumas restrições alimentares como clara de ovo (a gema pode), frutos do mar, amendoim, mel e morango. Este último por causa da exposição precoce ao agrotóxico; o mel pelo risco do botulismo, uma doença grave que pode matar; e a clara do ovo, frutos do mar e amendoim pelo risco de alergia. Depois de um ano, esses alimentos podem ser oferecidos gradualmente. Amendoim e frutos do mar, por serem altamente alergênicos, a partir dos dois anos. “O amadurecimento do intestino e do sistema imunológico permite a introdução de alimentos que possam produzir mais alergia”, observa Ana Lúcia.

Até o primeiro ano de vida também não é recomendado dar leite de vaca e derivados para a criança. Segundo o Dr. Nóbrega, a composição do leite de vaca é muito diferente do materno. É um leite com pouco ferro, o que favorece a anemia, muito sódio, cálcio e proteína. Isso causa uma sobrecarga nos rins do bebê, que não estão preparados para receber excesso dessas substâncias. O leite de vaca também é pobre em oligoelementos como selênio, zinco e cobre, importantes no desenvolvimento cerebral da criança. Daí a importância de manter o leite materno: ele já tem tudo na dose certa.

Dicas da pediatra

- Escolha um ambiente calmo.
- Ofereça alimentos variados.
- Evite trocar a papinha pelo leite.
- Não triture ou bata no liquidificador os alimentos.
- Evite açúcar até os dois anos de idade.

Alimentação por idade

- Até os 6 meses: apenas leite materno
- 6-7 meses: leite materno + 1 papa de comida e 2 frutas
- 8-12 meses: leite materno + 2 papas de comida e 3 frutas
Após o primeiro ano de vida a criança já pode comer o que a família come, desde que não tenha excesso de sal, gordura, temperos picantes e frituras.
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Goi Modas

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