O que pode estar por trás da síndrome de pernas inquietas
Você conhece alguém assim – ou, quem sabe, até mesmo você sofra com essa situação. É a síndrome das pernas inquietas, uma queixa que aparece com certa frequência e que normalmente deixa os pacientes sem saber o que fazer. Eles não conseguem achar uma solução para isso, mesmo após terem se consultado com vários médicos.
Eu sei como é frustrante quando alguém perde preciosas horas de sono, noite após noite, entrando em exaustão e irritabilidade, e sem sucesso terapêutico. Tenho tratado muitos pacientes com esse problema, e sempre a minha investigação começa com:
1 – Checar deficiência de minerais
Em especial, deve-se checar o magnésio, que é crucial para a atividade dos músculos e nervos, além de precursor de neurotransmissores como a serotonina. Ele também tem outras funções, como gerar energia ativando o ATP, colaborando na digestão de carboidratos, gorduras, proteínas etc. Poucas pessoas conseguem ter nível adequado de magnésio atualmente. Estamos utilizando o cálcio em excesso por causa de alimentos enriquecidos, principalmente pela preocupação com a osteoporose. Com isso, acabamos desequilibrando a proporção entre esses dois minerais.
Mesmo assim, estatisticamente, a osteoporose aumentou 700% nos últimos 10 anos. Possivelmente pelo fato dessa desproporção de minerais ser um fator agravante do quadro.
E se você tem muito cálcio e pouco magnésio, os seus músculos tendem a ter espasmos, o que poderia justificar a síndrome da perna inquieta. Além disso, aumentam os riscos para o seu coração. Portanto, preste bastante atenção na proporção cálcio:magnésio! Criou-se um mito de que precisamos de muito cálcio, sendo que muitos suplementos alimentares apresentam mais cálcio do que magnésio. Na verdade, a proporção deve ser 1 de magnésio por 1 de cálcio.
2 – Medicações
O segundo passo é sempre checar se o paciente está fazendo uso de medicações, antidepressivos, antibióticos, medicações para colesterol, analgésicos a sedativos, pois muitas delas causam a síndrome das pernas inquietas como efeito colateral. Para piorar, o uso contínuo desses remédios causa perda de magnésio, o que deixa a situação cada vez pior.
3 – Estresse
Outro fator importante é o estresse, que também causa perda de magnésio, o que aumenta a tensão nas artérias e eleva a pressão. Com isso, comumente os médicos prescrevem um diurético… e adivinha o que acontece? Você perde ainda mais magnésio! Quando no mês seguinte você vai ao médico e sua pressão continua elevada, ele prescreve um bloqueador dos canais de cálcio para melhorar a relação cálcio:magnésio, já que seu nível de cálcio acabou ficando muito alto. Seria mais simples ter usado o magnésio, que já age como bloqueador natural dos canais de cálcio, não é verdade?
4 – Problemas renais e paratormônio
Outros fatores que devem ser pesquisados são problemas renais e nível baixo de paratormônio, e é por isso que alguns médicos pedem um ultrassom de paratireoide. Caso não se resolva o problema com essas medidas, eu vou contar para você algo que é extremamente eficiente, mas que está esquecido:
Beba cerca de 100 ml de água tônica antes de deitar. Quinino, o ingrediente ativo na água tônica, costumava se usar como a medicação prescrita para a síndrome da perna inquieta, mas está fora do mercado. Provavelmente porque é natural e funciona!
E, finalmente, há uma série de remédios populares para esse problema. O mais estranho é: colocar um sabonete na cama com você! Segundo depoimentos, funciona. Mas, como sempre, quando se trata de certas técnicas populares, ninguém sabe explicar por quê!
Espero que estas informações o ajudem a encontrar a solução!
Dr. Wilson Rondó, é Cirurgião Vascular, tendo trabalhado como residente na Clinique Du Mail La Rochelle, na França. Possui vários artigos publicados em revistas médicas, além de livros com temas relacionados a nutrição, medicina preventiva e esportiva.
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Canto do Olho
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