SELEÇÃO BRASILEIRA ESTREIA SOB A DESCONFIANÇA DA TORCIDA
Super Esportes
Não há mais Hino Nacional cantado a plenos pulmões nem apoio nos momentos difíceis — e muito menos o tradicional “eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”. A relação da torcida com a Seleção Brasileira está abalada desde o traumático fim da Copa do Mundo do ano passado e foi isso que os comandados de Dunga sentiram na pele na volta da equipe ao Brasil, onde houve a preparação para a Copa América. Nos dois amistosos que fizeram no país antes de embarcar para o Chile, as vaias e a falta de público chamaram mais atenção do que o futebol em si.
O primeiro adversário do Brasil, às 18h30 deste domingo, será o Peru, comandado pelo neoflamenguista Paolo Guerrero (leia mais na página 2). A Seleção de Dunga estreia em uma competição oficial 11 meses e dois dias depois dos 3 x 0 diante da Holanda, goleada sofrida aqui em Brasília, e que só piorou o moral tão abalado pelo vexaminoso 7 x 1 para a Alemanha, em Belo Horizonte: a Copa do Mundo começou com cinco vitórias e acabou com dois massacres.
Nem as 10 vitórias seguidas após o Mundial, todas em amistosos, foram capazes de reconquistar a confiança. O número de brasileiros que vão acompanhar a Seleção in loco, no Chile, será menor do que em outras edições do torneio, mas nem mesmo a distância, pela tevê, a mobilização deve ser muito grande.
Presente na despedida do Brasil na Copa, naquela derrota de 3 x 0, no Mané Garrincha, o estudante Lucas Reis, 23, se diz desiludido e diz que só vai acompanhar a Copa América porque é fanático por futebol. “Se fosse só Seleção, eu não assistiria. O futebol brasileiro está uma vergonha, jogos muito ruins. Depois daquele jogo contra a Holanda, eu não me empolguei mais”, confessa, acrescentando que espera bons jogos de Argentina e Chile, mas não do time de Dunga.
Lucas lembra do silêncio no Mané Garrincha depois que a Seleção tomou dois gols da Holanda em 16 minutos. “Estava com meu irmão, e não acreditávamos que estava acontecendo de novo. Para nós, foi até pior do que o 7 x 1 para a Alemanha, porque estávamos ao vivo. Eram 70 mil pessoas, mas um silêncio assustador”, recorda, antes de sentenciar. “Acho que vai ser muito difícil recuperar nosso orgulho. Talvez só na próxima Copa.”
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Dogão Lanches e Açai
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