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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Internet

Rede
EM 2013, METADE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA NÃO TINHA INTERNET
Agência Brasil

Pouco mais da metade da população brasileira com 10 anos ou mais de idade não tinha acesso à internet em 2013. O suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013 sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação, divulgado nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 50,6% das pessoas nessa faixa etária não haviam usado internet nem uma vez nos últimos 90 dias que antecederam o dia da entrevista.

Em 48% dos 65,1 milhões de domicílios particulares, havia internet, sendo o microcomputador o principal meio de acesso (88,4%). O acesso via telefone móvel estava presente em 53,6% dos domicílios, enquanto o tablet, em 17,2% deles.

Em 97,7% dos domicílios a banda larga era o meio de conexão com a rede, sendo que 77,1% conectavam-se em banda larga fixa e 43,5% em banda larga móvel.

De acordo com a técnica da Coordenação de Trabalho e Renda do IBGE, Jully Ponte, o Brasil está abaixo da média dos países da Europa e da América no acesso à internet. “O Brasil tem média superior à de países do Oriente Médio e da África. Há, sim, capacidade de expansão da utilização da internet no Brasil, já que a média dos países da América é superior à nossa, embora as bases de comparações sejam diferentes”.

O acesso à internet feito exclusivamente por celular ou tablet superou o microcomputador em Sergipe (28,9% por telefone celular/tablet e 19,3% por computador), Pará (41,2% e 17,3%), Roraima (32% e 17,2%), Amapá (43% e 11,9%) e Amazonas (39,6% e 11,1%).

Sobre a frequência no uso da internet, o dados revelam que mais de 50% dos domicílios com renda de um a dois salários mínimos utilizavam a internet com frequência. Revelam também que navegar pela rede foi mais frequente entre jovens de 15 a 17 anos (75,7%) e cresceu com a escolaridade, variando de 5,4%, na população sem instrução ou com menos de um ano de estudo, até 89,8%, entre as pessoas com 15 anos ou mais de estudo.

Em todos os grupos compreendidos na faixa de 10 anos a 39 anos de idade, o uso da Internet ultrapassou 50%. Os percentuais decresceram com o aumento da idade, sendo que a menor proporção foi observada entre as pessoas de 60 anos ou mais de idade (12,6%).

A carioca Zilda Ferreira Fernandes, de 76 anos, faz parte deste grupo. “Minha filha que mora em São Paulo tem uma pequena empresa e trabalha com internet e sempre lidou com isso. Assim que vi um computador, me encantei e logo comprei um para mim. Fiz dois cursos de informática que não me serviram para nada, aprendi mesmo na prática”, contou ela. O computador ela quase não usa. “Uso mais o celular e o tablet. Tenho Whatsapp, e-mail, Skype, tudo no meu celular. Não me imagino hoje sem internet. É muito pratico: vejo saldo e extrato do banco pela internet. Só faço compras pela internet”.

Zilda lamentou o baixo percentual de idosos usando a internet e saber que é exceção entre o público da sua faixa etária. “A maioria dos idosos têm medo da mudança, têm pavor de chegar perto de um computador, acham que é um bicho de sete cabeças. Mas quem aprendeu a datilografar, aprende a digitar e por aí vai. É tão bom, tem muita coisa para distrair”, completou.

A pesquisa mostra também que quase um quarto da população brasileira (24,8%) não tinha telefone celular em 2013. Quanto menores os rendimentos e a escolaridade, mais comum a ausência do aparelho móvel: 50,9% na faixa de rendimento per capita até um quarto do salário mínimo e 60,2% das pessoas sem instrução ou com menos de um ano de estudo.

Sobre aparelhos de televisão, a pesquisa informa que em 97,7% dos domicílios havia pelo menos um aparelho, sendo 61,6% deles de tubo. Cerca de 31% das famílias recebiam sinal de TV aberta, 38% por antena parabólica e 33% por assinatura na área urbana. A antena parabólica foi mais comum nas áreas rurais (78,3%) e nos domicílios com menor renda (48,8% dos domicílios sem rendimento a um quarto do salário mínimo). A TV por assinatura foi o principal sinal em 74,9% dos domicílios com rendimento acima de cinco salários mínimos.

Esta é a terceira edição do suplemento, elaborado em convênio com o Ministério das Comunicações.
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