Santa Casa de Presidente Venceslau

Presidente Venceslau
70 PESSOAS SE UNEM EM MANIFESTO
O Imparcial
Cerca de 70 pessoas se uniram ontem, no manifesto pacífico pela manutenção da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da Irmandade Santa Casa de Presidente Venceslau. A ação preza pela continuidade dos serviços especiais do setor, que sofre com falta de verba. Desde a inauguração, em janeiro deste ano, a UTI da santa casa reduziu o índice de mortalidade no setor em 10%. Mesmo sem revelar os números efetivamente, de acordo com a médica plantonista da entidade, Andréa Mazoni Lopes, as estatísticas realizadas neste período mostram que os números diminuíram, comparado ao ano todo de 2012. Foram contabilizados 24% de mortalidade naquele período, sendo reduzido para 14% nos primeiros meses de atendimento com o nível 2 da UTI – anteriormente, a unidade funcionava a nível 1. Em contrapartida, domingo pode ser o último dia de atendimento da UTI nível 2 da santa casa, pois o hospital sofre com o não credenciamento da classificação do tipo atribuído à unidade. No manifesto estavam representantes da direção do hospital, médicos, enfermeiros, autoridades políticas da cidade e região e a comunidade. O intuito da ação, segundo a enfermeira administrativa, Gisele Cristiane Zaira, foi reunir todos os envolvidos que torcem pela continuidade dos serviços prestados pela UTI e chamar a atenção para o problema que está preste a enfrentar. “O manifesto é pacifico e reunimos todas as pessoas envolvidas. Realizamos uma passeata pelas proximidades do hospital carregando cartazes, faixas e apitos. Estamos com um espaço totalmente moderno e que estende o atendimento às cidades vizinhas, todos estão nos apoiando. É uma causa pela população”, enfatiza. Além da passeata, uma reunião foi feita para debater a situação. O prefeito de Venceslau, Jorge Duran Gonçalez (PDT), informa que encaminharam o projeto, seguindo toda a portaria estabelecida pelo Ministério da Saúde, ao Conselho Estadual de Saúde, onde aguardam aprovação do credenciamento para que seja realizado o repasse necessário para manter os atendimentos no hospital. Atualmente, a santa casa recebe do SUS (Sistema Único de Saúde) o teto financeiro de R$ 119 referente à diária de um leito, valor insuficiente para arcar com os gastos de uma internação, avaliada em R$1.200, por dia. A médica plantonista revela que a mobilização é “positiva e necessária”, visto que depois de instalado o nível 2 da UTI, houve aumento de cirurgias de alta complexidade e diminuiu índices importantes, como mortalidade. “Como há o credenciamento do SUS, o processo pode demorar cerca de dois anos e as UTIs precisam se manter com recursos próprios. Assim, surge a dificuldade de manter o funcionamento, pois o gasto é muito elevado”, detalha. Ela conta, ainda, que toda aparelhagem da unidade é completa e moderna, com médicos e enfermeiros intensivistas, além dos medicamentos necessários. Já o prefeito reafirma que a situação é “preocupante”, pois a UTI é responsável por salvar vidas e possui toda estrutura em razão dos seis leitos completamente equipados. “Mas por causa da burocracia, o impedimento surge em vista do credenciamento”.

Falta de documentação
Por outro lado, a Secretaria de Estado da Saúde emitiu uma nota informando que o DRS (Departamento Regional de Saúde) não foi notificado sobre o fechamento da UTI da santa casa de Presidente Venceslau. Em relação ao pedido do credenciamento para UTI tipo 2, o DRS esclarece que recebeu um pedido informal no mês passado, porém, faltaram os documentos necessários para que a pasta pudesse analisar e dar encaminhamento ao credenciamento junto ao Ministério da Saúde. “O DRS aguarda o recebimento de todos os documentos já solicitados à unidade e espera que, a santa casa de Presidente Venceslau não interrompa os atendimentos na UTI, garantindo atendimento aos usuários do SUS”.

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Selma Calçados