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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Quanto vale uma ilusão?

Literatura
CRÍTICA LITERÁRIA
Crítica literária sobre o livro Quanto vale uma ilusão?da escritora venceslauense Arlinda Garcia de Oliveira Marquesescrita pelo professor Aparecido de Melo, membro da Academia Venceslauense de Letras e aluno de mestrado da UEL (Universidade Estadual de Londrina). A obra será lançado em setembro pela Nicolly Bueno Editora.

Primeiras impressões!
Quanto vale uma ilusão? Pergunta difícil de responder numa sociedade em que as aparências tendem a superar a essência! No entanto, quando se atinge a essência humana, imediatamente nos humanizamos, deixamos os estereótipos, os preconceitos de lado e caminhamos em direção ao amor. Terminei esta madrugada a leitura do livro de Arlinda Garcia de Oliveira Marques, confesso que em certo momento fui tomado pela emoção e já me encontrava totalmente dentro do enredo. Em virtude disso, espero, sinceramente, não ter negligenciado nenhum aspecto essencial do texto. Afinal, a viagem engendrada fora tão intensa que terminada a leitura ainda sentia resquícios no corpo e na memória da emoção vivenciada. Pensei naquele mesmo instante em transformar em palavras aquele momento de êxtase. Mas sentia-me como enlutado, sem aceitar bem os desígnios do destino literário. Então, entreguei-me ao cansaço físico e descansei minha alma numa bela noite de sonho. De manhã, uma palavra não me saía da cabeça: Traição? Que traição nada! O romance de Arlinda nos toca imensamente porque fala de amor. Um amor humano, rotulado socialmente por preceitos morais e religiosos. Mas a razão e o amor são como a lua e o sol. Coexistem diariamente, mas encontram-se separados por dias e noites de paixão, sonhos, desejos e por que não dizer, ilusões! Os mais céticos se lembrariam dos eclipses, encontros sazonais do sol com a lua, do amor com a razão. No entanto, tal enlace é efêmero e pouco eficaz. Aos poucos, sol e lua tomam direções diferentes. A razão se aproxima da realidade cotidiana e o amor cria sua própria realidade a partir de suas fantasias. Em ambos os casos, pergunto-me: o que é realidade? Constato, então, que qualquer realidade é criação humana. Não há, portanto, realidade mais legítima que outra. Para quem vivencia suas fantasias no amor, elas são tão reais quanto os fatos racionais do cotidiano interpretados pela razão humana. O amor, desse modo, é o esforço que a razão humana faz para não enlouquecer diante de uma realidade tão dura e, às vezes, desumana! Denise, personagem principal da narrativa, encontra-se em duelo entre essas duas realidades. Ora, opta por criar sua própria realidade, permeada pela paixão fervorosa ao amante sedutor Maurício. Ora, retoma à realidade cotidiana criada em seu contexto familiar e percebe-se, então, perdida entre o amor à família e um desejo passional intenso que a torna, momentaneamente, senhora de si e dos seus desígnios. O desfecho do enredo surpreende aquele leitor inicial da obra. Mas se mostra coerente com a trajetória da personagem. Os encontros e desencontros de Denise apontam para o clímax da história e revelam todo o sofrimento da personagem por suas escolhas pessoais. Escolhas certas ou erradas? Diria que nem uma coisa nem outra. Foram escolhas humanas que revelaram alegrias e tristezas. Ao fim do enredo, uma certeza o leitor terá: Denise amou intensamente! Finalizando esta minha reflexão, retomo a pergunta inicial: quanto vale uma ilusão? Para mim, valeu algumas lágrimas e momentos de deleite incríveis durante a leitura desta encantadora obra literária!

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