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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Post do Fernando Freitas

 Espaço do Nando 
“Dia do trabalho”

Ofício, trampo, labuta. Estes são alguns dos sinônimos formais e informais para aquela atividade que o ser humano exerce desde os primórdios: o trabalho. A partir do momento que Adão fez o favor de experimentar a maçã juntamente com a Eva, o homem, por imposição ou por castigo divino, passou a pagar pelo pecado original e garantir a sobrevivência com o suor do seu próprio rosto.

E tal “castigo” não é exigido apenas para os indivíduos pertencentes às sociedades capitalistas, pois também nas sociedades menos complexas (como nas tribais, por exemplo); o indivíduo necessita trabalhar, ainda que de forma não remunerada. Atividades como a caça e a pesca são vitais para a sobrevivência das comunidades indígenas e não deixam de ser conceituadas como trabalho. Tá, eu sei que os indígenas atualmente estão cada vez mais aculturados e adaptados à nossa realidade, mas eu prefiro manter uma visão romântica sobre esta questão.

Enquanto isso, muitos de nós, que pertencemos ao chamado mundo “civilizado”, dedicamos boa parte das nossas vidas à labuta, não só para obter o sustento da família, como também para gerar lucro ou mais valia para o sistema capitalista. Em vários momentos encaramos tal atividade como estressante, cansativa e demasiadamente rotineira. Digo isso porque muitas profissões possuem algum ponto negativo: má remuneração, risco, insalubridade ou até mesmo pouco reconhecimento pela sociedade. Existem profissões que acumulam todos os pontos negativos citados acima, para que se tenha ideia.

Mas aí eu proponho ao amigo leitor que faça um exercício de reflexão: quantas pessoas almejam manter uma rotina diária de trabalho, mas que neste exato momento, estão desempregadas? Quantas pessoas querem ter o direito de esperar o começo do mês para receberem seus salários, mesmo que para isso, enfrentem qualquer um destes infortúnios do parágrafo anterior?

Sem querer parecer ser conformista, mas às vezes, é preciso analisar outros contextos para que compreendamos, com mais equilíbrio, nossa própria realidade. E aí, amigo leitor, tenho a percepção de que muitas vezes, reclamamos muito e agradecemos pouco. Chego também à conclusão de que o trabalho, muitas vezes encarado por nós como um castigo, é na verdade, uma benção de Deus.

Portanto, neste feriado de primeiro de maio, desejo felicidades a todos os trabalhadores, sejam eles patrões, empregados ou aposentados. Mas fica um desejo especial de melhores dias e manifestação de apoio a todos os trabalhadores que neste momento, encontram-se desempregados.

Obs: O texto acima teve como inspiração a carta escrita pelo leitor José Cláudio Garcia, (o qual não conheço), escrita aqui mesmo neste blog, em 23/04/2013, intitulada “Um grito de socorro, um desabafo”.

Fernando Freitas é funcionário público estadual e escreve às quartas feiras.

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