Morte do músico Fininho

  Presidente Prudente  
O SILÊNCIO DA MELHOR GUITARRA DO OESTE
Morreu na segunda-feira, dia 22 de Abril, em Presidente Prudente o músico Pedro Possete, conhecido como "Fininho", um dos maiores guitarristas do estado de São Paulo. Recentemente a TV Fronteira divulgar perfil de sua carreira. Sem nunca revelar a idade, acumulava em anos de trajetória algumas participações com grandes nomes da música brasileira, como a banda de Elis Regina que esteve em Presidente Prudente, e alguns sucessos do sertanejo, como Teodoro & Sampaio. Para ele, seu maior orgulho era dizer: “Vivo de música e respeito essa arte”.Fininho dominava 12 instrumentos entre teclados e cordas, mas sua grande paixão era a guitarra. Dono de uma autêntica Fender Stratocaster desde 1974, percorreu algumas cidades do país com seus grupos, além de bandas convidadas. Tocava em bares, shows, formaturas e na produção em estúdios. Toco de tudo.
Nascido em Jacarezinho (PR), ele veio para a região em 1973 para acompanhar o grupo Os Sombras. De lá para cá teve algumas bandas de baile, como o Grupo Mensagem, que tocou em bailes prudentinos durante 30 anos. “Era um sucesso, fazíamos 20 bailes por mês”, dizia.
A música entrou na vida de Fininho quando ele ainda era criança. Com um pai e 13 irmãos músicos, aos oito anos de idade ele já acompanhava uma dupla sertaneja. Época em que reclamava que, “O violão era muito ruim, tinha que colocar palito de fósforo para a corda não encostar no braço”, recordava. Aos 13, ele começou a acompanhou as apresentações de um circo em Jacarezinho. “Eu era o palhaço guitarrista”, dizia.
No circo, ele cobria o rosto, se caracterizava e tocava a sua guitarra. “O circo lotava”, acrescenta ele. No entanto, contou que em uma das apresentações o leão saiu da jaula e, depois disso, o músico nunca mais quis se apresentar no local. “O leão conseguiu sair da jaula, saiu levando os cabos da aparelhagem da guitarra, o povo correu, e eu que não era bobo corri também. Depois a polícia apareceu e matou o leão”, relembrou.
Depois do episódio, sua mãe o proibiu de retornar ao circo.
Após as primeiras experiências com música, aos 20 anos Fininho já dava aulas particulares. Para ele, ensinar era prazeroso. Formado em ciências contábeis, ele exerceu a profissão durante dois anos, mas a música falou mais alto. Sempre teve dedicação e respeito à música, é um dom que Deus me deu. Era autodidata, sem faculdade, mas conhecia música e estudava música.
Nota da redação. Este texto é uma adaptação da matéria da TV Fronteira de Presidente Prudente. Fininho morreu no início da semana, deixando uma lacuna enorme nos meios musicais e na própria história da música na região. Muitos de nós (tenho 55 anos), já ouviram os solos de guitarra ou uma apresentação de Fininho, que além de músico era uma figura exemplar na sociedade. Ele morreu vitimado por um câncer de fígado. Foi uma perda sentida em todo o oeste paulista.