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terça-feira, 2 de abril de 2013

Consulta pela internet

 Nacional 
DOCUMENTOS DO DEOPS DE SÃO PAULO
Agência Brasil
Cerca de 1 milhão de imagens referentes a documentos do extinto Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP) foram colocadas ontem, 1º, para consulta irrestrita pela internet. Os arquivos podem ser acessados no site http://www.arquivoestado.sp.gov.br/memoriapolitica. O trabalho de digitalização, que deve continuar, alcançou 10% do total de prontuários preservados. Apesar de o Arquivo Público paulista já disponibilizar esses documentos para consulta presencial desde 1994, agora a pesquisa pode ser feita de qualquer lugar do país, bastando digitar nomes de pessoas que tenham sido fichadas ou de organizações políticas. O Deops foi um importante órgão de repressão do Estado brasileiro contra grupos de oposição durante o século 20. "Estamos diante da ruptura de um paradigma no Brasil, neste instante. É a primeira vez que os arquivos são disponibilizados na internet de forma integral, sem qualquer tipo de obstáculo. Isso permitirá que as pessoas desenvolvam uma análise crítica em torno desse acervo", disse Paulo Abrão, secretário nacional de Justiça e presidente da Comissão de Anistia, durante evento de lançamento. Para o presidente da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro, que também participou do lançamento, a consulta dos arquivos na internet representa um avanço democrático e vai ajudar no trabalho das Comissões da Verdade instaladas no país. "A nossa Comissão da Verdade é a única no século 21. Nós vamos ter acesso a tecnologias que nenhuma das 40 comissões anteriores no mundo tiveram", destacou. Ele disse que cerca de 16 milhões de páginas do arquivo do Serviço Nacional de Informações (SNI) também estão sendo digitalizadas. "A previsão é que o trabalho seja finalizado até julho", informou. O projeto de digitalização de prontuários e arquivos do Deops é resultado de parceria entre o Arquivo Público de São Paulo e o projeto Marcas da Memória da Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça. "O trabalho de digitalização continua. Começamos por uma ordem cronológica de prontuário. Não há um prazo para finalizar, porque dependemos de parceiros. Esperamos a cada seis meses acrescentar um certo volume de arquivos", explicou o coordenador do Arquivo Público, Carlos Bacellar.

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