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A QUESTÃO DO LIMITE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O limite é uma questão de grande importância nos dias de hoje, já que o pai muitas vezes tem dúvidas em como lidar com os desejos dos filhos, ou seja, com “querer tudo” e “poder tudo”, deixar ou não deixar.
Essa é uma questão que implica uma colocação do adulto, o modo como ele se vê com suas próprias vontades e desejos, é como ele vai conseguir lidar com os desejos do filho.
Por exemplo; deixar o filho fazer o que quer porque naquele momento vai ser bom para ele, ou porque se não deixar vai se sentir culpado?
Partindo dessas situações podemos pensar primeiramente como se iniciam as LEIS e REGRAS em nossas vidas, já que desde o nascimento somos inseridos numa sociedade, numa dada cultura em que temos que nos adaptar para nos relacionar com o outro. E isso primeiro se inicia em casa.
O bebê quando nasce tem a mãe ali só para satisfazer suas necessidades básicas, ele chora e a mãe aparece. Mas a mãe como todo ser humano tem suas falhas, suas faltas e às vezes não pode atender prontamente as necessidades do bebê.
E aí o que o bebê faz?
Ele busca outras saídas psíquicas mais elaboradas para lidar com sua angústia diante a falta da mãe, como por exemplo, chupar o dedo, a chupeta, etc. Com o tempo, há um progressivo adiamento de satisfação proporcionado pela mediação de um outro. O bebê vai aprendendo a lidar com suas frustrações, deslocando-se do lugar de onipotência e perfeição, passando da satisfação imediata e mágica, para formas postergadas de prazer.
Esse é o processo de socialização, onde o papel dos pais é muito importante, pois são eles que vão inicialmente dar essa referência à criança, depois a escola e assim por diante, ao ir se inserindo nos contextos sociais.
Portanto, para que os pais possam transmitir isso, eles têm que dar conta de suas próprias limitações, reconhecendo que não são perfeitos e nem completos; e que não poderão atender a todas as solicitações de seus filhos.
Quando os pais dizem “não”, a criança se frustra e é assim que poderá se deparar com seus desejos, é o desejo, portanto, que mobiliza a busca. Isso ocorre durante toda a vida. É inevitável que os pais suportem essa condição que lhes é paradoxalmente colocada: pais que satisfazem e que privam.
Porém, assumir o lugar da lei, daquele que frustra e faz com que a criança entre em contato com suas frustrações não é fácil. Principalmente porque vivemos em uma sociedade onde o pode tudo ocupa um lugar preterido a pretexto do prazer, da felicidade. Vivemos numa sociedade marcada pela imagem, em que a busca da satisfação imediata e contínua são predominantes, mas não podemos esquecer que essa satisfação é ilusória, apenas uma imagem.
Como fica esse processo então; quando o ideal parental é o da felicidade, da imagem ideal de um bebê sem angústias que os reafirmem enquanto bons pais?
Talvez, com a ignorância desse processo, passam a serem constituídos cada vez mais indivíduos que têm dificuldades em lidar com suas frustrações e recorrem à agressividade, ou na adolescência ao uso de álcool e drogas, encontrando assim uma saída imediata para as exigências impostas pela sociedade.
A sociedade contemporânea contribui para emergências desses sintomas, uma vez que é regulada por critérios estéticos, muito mais do que por critérios éticos.
O que nos apresenta como contraditório na cultura contemporânea é a exigência de satisfação imediata e definitivamente, o processo de constituição do sujeito não é marcado nem pelo instantâneo, nem pelo imediato. É preciso um longo caminho para que se instaure um sujeito capaz de se socializar e lidar com seus limites.
Podemos pensar o limite então, não como algo que pune, mas como algo que faz crescer, que é necessário e faz parte do desenvolvimento. O indivíduo para viver bem na sociedade precisa desse parâmetro.
O limite possibilita condições para o ser humano se ajustar, ou seja, é a lei que vem colocar os limites e enunciar as regras que delimitam e limitam a ação. E são os pais que vão inicialmente mediar esses limites, são eles que estruturam e organizam as vivências e relações da criança que de outra forma seriam caóticas.
Daniela F. Guímaro da Costa é psicóloga
Realmente! O papel dos pais é de suma importância, mas...infelizmente mtos deles "jogam" os filhos na escola e ainda reclamam se tiver q comprar material.Sem limites e sem educação!!!É a geração futura.
ResponderExcluirA autora do texto deveria usar suas referencias bibliograficas, pois aborda diversos conteudos, porem, sem a devida citação.
ResponderExcluirEducar ,uma das obrigacoes mais dificeis na vida dos pais....muito bom o texto!
ResponderExcluirTexto muito interessannte! Seria muito bom se vocês continuassem abordando temas sobre educação, família. Agradeço desde já.
ResponderExcluirconcordo com o anonimo das 10 :34,continue abortando texto de orientaçao aos pais !adorei o texto!
ResponderExcluirMuito bom o texto, acredito tbm q seja bastante interessante continuar abordando textos com esse tema, o qual nossa sociedades necessita sempre de aprimoramento. Parabéns a Daniela e Toninho Moré pela iniciativa!
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