quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Post do Fernando Freitas

Espaço do Nando
Lampejos de trânsito indiano

Desconheço os números oficiais da proporção de veículos por habitante em Presidente Venceslau, mas tenho a impressão que a mesma deva ser razoavelmente alta. Eu diria que nesse final deste ano, o trânsito venceslauense teve lampejos de trânsito indiano. Nas horas de tráfego intenso, quem esteve na Avenida Tiradentes ou Tibiriçá, e pretendia fazer conversão para a esquerda na Avenida João Pessoa, precisou ter paciência de monge tibetano. Aquele semáforo da João Pessoa, que todo mundo reclamava que era lento, (e era); está fazendo muita falta naquela avenida.

Mas também ocorrem outras situações exóticas, digamos assim. Dia desses, parei o carro antes da faixa de pedestres, para que um transeunte atravessasse. Ressabiado com meu comportamento, ele fez sinal para que eu seguisse antes dele. Tentei convencê-lo de sua preferência naquela situação, mas ele insistiu para que eu seguisse adiante. Ficamos num vai não vai que durou alguns preciosos segundos. Quase que propus a ele que resolvêssemos o imbróglio no par ou ímpar ou no joquempô, mas os outros motoristas que estavam logo atrás, buzinando, não esperariam o ritual.

Outra situação complicada, diz respeito ao uso (ou não uso), da seta. Já vi uma motociclista que transitou por toda a Avenida Tiradentes com a seta ligada, sem fazer conversão alguma, por esquecimento ou distração. Em contrapartida, existem aquelas pessoas que fazem a conversão de forma repentina, sem utilizar o recurso da sinalização prévia adequada.

E a questão das preferenciais? Sinceramente, prefira dirigir com cautela, pois trafegar em uma via preferencial, em nossa cidade, não significa necessariamente ter a prioridade. Sempre tem alguém que por descuido ou pressa, invade a via preferencial, provocando freadas bruscas ou colisões. Isso sem falar no número de motociclistas que ultrapassam velozmente pela direita, correndo riscos totalmente desnecessários.

Falta um ou outro semáforo? Creio que sim. A questão da sinalização ainda é deficitária? É. Mas é preciso também uma ampla campanha de conscientização que envolva nossos motoristas e pedestres, pois por aqui, existe um grande número de infrações nas regras, por desconhecimento, imperícia ou talvez por imprudência mesmo. Caso contrário, nosso trânsito discretamente caótico seguirá com seus lampejos de trânsito indiano: exageros e brincadeiras à parte, não estranhem se qualquer dia, em nossas ruas, os senhores leitores avistarem um elefante ou um Tuk Tuk. Hare Baba!

Fernando Freitas é Funcionário Público Estadual e escreve às quartas-feiras.

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