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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Texto de Clóvis Moré

Artigo
PROFESSORA BOTINHA,
a 'patrona' da APAE
Jornal Integração

Surpresa, perplexidade, incredulidade, impotência, perguntas sem respostas e tantas coisas girando pela cabeça e, por último, a vontade de chorar. Ainda com o coração partido pela perda do amigo Ildefonso, recebi logo pela manhã em um telefonema de minha filha Cristina, a notícia de que a Botinha havia morrido de enfarte. Como? Indaguei para mim mesmo. Estivemos terça-feira até às 17h30 no Fórum local, onde a professora Ilda Campos me abraçou, falou do seu entusiasmo pela minha recuperação, elogiou a beleza da Cristina. 

Estava feliz com a reunião feita com o Dr. André Felício, onde tratamos de assunto delicado da vida comunitária. Cheia de vida, elegante, bonita e guerreira estava ali ao meu lado a querida Botinha de tantas lutas pela Apae e por tudo que dissesse respeito ao bem da cidadania venceslauense. Para ela não havia obstáculos. Lutava e lutava, a boa batalha daqueles que buscam e perseguem os seus objetivos. A nossa vida é mesmo uma grande caixa de surpresas. Quando ainda no útero materno, começamos a morrer. Todos nós. A única certeza é a morte. Mas, quanto é difícil conviver com ela, que em todo momento mostra a sua força e predominância. Deus é o Senhor de nossas vidas e dela dispõe da maneira como acha melhor para nós.

Botinha foi e será sempre uma pessoa especial. Professora primária, estava aposentada e foi uma das fundadoras da Apae, onde exerceu o cargo de presidente e sabia tudo sobre a entidade, eis que nunca deixou de pertencer à diretoria. Zelava pela Apae com o cuidado e carinho com sua filha Cláudia. Quantas vezes foi até a minha residência e com a Maria Luiza, discutíamos longos assuntos ligados à entidade. Teve uma participação fundamental nos últimos episódios que permaneceram em sigilo na imprensa sobre a vida diretiva da entidade. Cobrava providências. Insistia. Lutava. Esperneava, ficava nervosa, diante do que via e sabia. Não desistiu e sua luta certamente beneficiará a entidade, mesmo depois de morta. Foi vítima de um episódio pessoal que poucos sabem.

Há poucos anos atrás sofreu um sequestro em um caixa bancário da cidade, que lhe trouxe um trauma que a acompanhou nos últimos tempos e lhe rendeu muito sofrimento. Tinha momentos de profunda depressão quando se lembrava do ocorrido. Mas, mesmo assim, não desistia de suas ideias e com resolução ia à procura do que achava melhor. A comunidade que se preza, tem que dar valor aos que lutam por ela. Certamente, Botinha vai receber muitas homenagens e quero ser neste momento portador de uma delas, com estas palavras de agradecimento ao muito que fez pelas crianças que ensinou como professora e pela Apae, da qual será para mim a "ETERNA PATRONA". Deus a tenha querida professora "Ilda" - Botinha.

Clóvis Moré, jornalista.

4 comentários:

  1. Por acaso não seria "patronesse"?????

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  2. O que quis dizer com a parte "Teve uma participação fundamental nos últimos episódios que permaneceram em sigilo na imprensa sobre a vida diretiva da entidade".

    ?????????????????????

    Conta aí.

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  3. Clóvis escreve como ninguém.
    E a Botinha sempre foi uma pessoal batalhadora em todos os sentidos. Com a morte do marido, educou só suas duas filhas. Na APAE foi zelo, exemplo, mulher guerreira e jamais usou de forma indevida um real da APAE. Exemplo de luta, de vida...Descanse em paz!

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  4. Querido CLOVIS MORÉ parabéns pelas palavras dirigidas a esta maravilhosa professora, pois convivi 20 anos como vizinho desta familia e sempre ví quanta dedicação com suas filhas e demais crianças, que DEUS te Abençoe Clovis e que receba a nossa querida Botinha no céu.

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