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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Post do Fernando Freitas

Espaço do Nando
Alquimia e evolução

Lembro-me que quando era adolescente, o assunto “Alquimia” me fascinava. A busca dos químicos da era medieval em transformar metais comuns em ouro, parecia uma coisa mágica, improvável e ambiciosa. Tais cientistas também buscavam incessantemente a fórmula do “elixir da longa vida”, na tentativa de viver mais e melhor. Se o sujeito for pragmático, vai taxar, de forma óbvia, os alquimistas como homens materialistas e com grande apego à vida terrena. E de fato, se a interpretação levar em conta apenas o aspecto “químico” do assunto, é compreensível que se chegue a tal conclusão.

Mas os alquimistas tinham outros componentes inseridos em sua prática, como o misticismo e a filosofia. E é este aspecto, (o filosófico), da Alquimia, que me chama a atenção. Os manuscritos das experiências alquímicas, talvez tenham mais a ver com a busca pelo aprimoramento e aperfeiçoamento espiritual do que, necessariamente, com experiências de transmutação de metais comuns no mais nobre deles, (o ouro).

Provavelmente os relatos destes cientistas usaram uma linguagem subliminar, onde a melhoria contínua da personalidade dos indivíduos pudesse alcançar a proximidade da perfeição; ou seja, o “padrão ouro” da espiritualidade. Pensemos: uma pessoa que se liberta de sentimentos como a mágoa, a inveja e o rancor, não se torna melhor por consequência, e talvez, viva mais? Particularmente, eu acredito nisso.

Entenderam a comparação entre a transformação material e a espiritual? Sabe-se que sentimentos ruins podem nos trazer doenças psicossomáticas, em que o corpo físico pode sofrer as consequências desta negatividade interior. Uma das fórmulas do "elixir da longa vida", pode ser, portanto, desvencilhar-se de tais sentimentos prejudiciais.

Aproveitemos então o ano novo, para que nos transformemos em “alquimistas de nós mesmos”, procurando ser mais humildes, solidários, otimistas e tolerantes. Façamos com que a opacidade do chumbo dê lugar ao brilho reluzente do ouro, nos tornando, assim, mais “iluminados”.

Recomendo ao amigo leitor que estude, pratique esportes, leia, perdoe, beije, ame, sorria, abrace. Outra dica: Trabalhe para viver, e não viva para trabalhar. Ou então, para simplificar tudo, adote o pensamento daquele que considero um filósofo contemporâneo venceslauense, o tal de “Alemão”: "Sejamos felizes!" (plágio bem intencionado). Enfim, que todos nós tenhamos um magnífico Ano Novo!

Trecho da música “Alquimia”, de Chrystian e Ralf, para reflexão: “Pois tudo o que reluz, pode ser ouro; duvidar é para o tolo, que a esperança já perdeu”...

Fernando Freitas é Funcionário Público Estadual e escreve às quartas-feiras.

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