Eduardo Nunes
O MOVIMENTO
O movimento, por vezes, é só o que importa. O mundo sempre girou e sempre girará; então, vamos acompanhá-lo.
Lembro-me de um tempo onde as ações continham objetivos, propósitos, significados. Atualmente está tudo tão pálido, automático, apenas movimento.
Lembro-me do gado passando pela rua em sentido único, guiados pelos peões. Admirava-me com aqueles mais ousados que fugiam da boiada em sentido oposto, questionando brevemente seu destino.
O homem domesticado segue o fluxo, o movimento, a moda. A matemática escolar nos ensinou: moda é o valor que acontece com mais frequência, o mais comum. O homem doméstico é comum.
Em um mundo de movimento, aqueles que vão contra a maré são taxados de desertores, egoístas, doentes; apesar de sua ousadia e determinação.
Admiro-me, sobretudo, com aqueles indivíduos que se detém por um instante, aqueles que não só se opõem à direção, mas, também, ao movimento. São esses os mais doentes e os mais saudáveis em nosso mundo; são esses os que buscam sentido para o movimento.
Eduardo Nunes, psicólogo, venceslauense.
É como diria um importante filósofo prudentino, mais conhecido por Zé da Lona: "O que importa é o movimento"
ResponderExcluirAss: O Eldoradense
Interessante o texto. Reflexivo.
ResponderExcluirGostei da frase "O homem domesticado segue o fluxo, o movimento, a moda.". Pura verdade. O homem se domesticou e por mais criativo que seja, se homogenizou.
Pablo Augusto Menegheti Borboni