ADOLESCÊNCIA ROUBADA
Vez por outra, quando estou entre os adolescentes dos projetos culturais que participo, me pego pensando quão diferente é ser adolescente hoje. Claro que os invejo pelas músicas disponíveis no celular ou na internet a um click de distância, mas pedir uma música na rádio e ficar esperando que tocasse com o dedo no botão do REC tinha lá seus encantos.
Ainda fecho os olhos e vejo as melhores seleções anotadas no encarte das fitas k7 que, para surtir algum efeito ou se encomendava junto aos amigos da rádio como o grande “Tatalo” ou, simplesmente, juntava-se a galera para bater papo e, colando o ouvido na FM, esperávamos uma a uma até preencher toda a fita com as preferidas da turma – quase um evento.
Um pouco antes disso, nesta alegre linha do tempo, brincávamos pela rua jogando “biroca” (bolinhas de vidro), “bets”, pega-pega, salve, queimada e tantas outras brincadeiras que restam esquecidas pelas crianças de hoje.
Entardecia e, já banhados e jantados, esgotávamos o restante das baterias ( que não eram dos celulares de hoje) jogando damas, stop, dominó ou “pera, uva, maçã ou salada mista?” - a típica brincadeira para recepcionar primos e primas de outras localidades.
Aos 14..15 anos, a bicicleta era nossa fiel companheira. Até mais dos meninos que das meninas, já que alguns pais acreditavam ser o selim um inimigo contumaz do hímen virginal.
Na escola, recebíamos todo tipo de apelido perverso e engraçado, e sabe o que nossos pais falavam quando reclamávamos? “É só não ligar que o povo esquece!” Gordinho, neguinho, pançudo, chupeta, minhoca em nada causava constrangimento ou era motivo para conflitos. Acho que não tínhamos tempo para estas coisas e precisávamos jogar bola, fazer projetos disso e daquilo na escola, ensaiar fanfarra, música para os festivais e tantas outras provisões culturais coletivas, comuns na época.
Direto, professor e inspetor eram pessoas temidas e respeitadas. Ver um diretor dar um safanão ou um inspetor uma chacoalhada daquelas de desarrumar os cabelos era coisa tão normal quanto temida. E os pais? Ora essa! Se fossem convidados pelo diretor a comparecer na escola, melhor preparar a bunda porque a varinha iria sacudir até em casa.
Estudei a maior parte da minha vida em colégios públicos e não me lembro de nenhum colega ter virado bandido ou ter ido preso. Acho que ainda não haviam roubado nossa adolescência.
Luciano Esposto é poeta e escritor venceslauense.
O mundo está ficando cada vez mais chato e o povo cada vez mais hipócrita. Hj em dia vc deve tomar cuidado com o que fala para não ser processado ou agredido fisicamente, te chamarem de racista ou preconceituoso.
ResponderExcluirO grande seria Os Trapalhões sempre mostrava o Didi chamando o Mussum de "preto", "urubu", etc e ninguém reclamava, só risada. Hj se vc se referir à alguém como negro, podem te chamar de racista.
Quanto às brincadeiras, não vejo quase nada do meu tempo: bets, carrinho de rolimã, pega-pega, esconde-esconde, estilingue, mamãe-da-rua, corredor-da-morte, super-trunfo. A criançada hj em dia só brinca com computador, celular e internet, os adolescentes estão começando a sair e a beber mais cedo, entre outras coisas.
Já apanhei muito da minha mãe quando eu era criança, não reclamo e até acho que merecia.
Ass.: Mauricio
Ô Mauricio , na boa véio voce foi mal no seu comentario quando disse que se referir a alguem como negro pode ser taxado de racista, claro que não !
ResponderExcluirO que ocorre é que o preconceito e/ou racismo no Brasil sempre foi camuflado em brincadeirinhas aparentemente inofencivas, provavelmente voce nao é negro, entao voce, quando em algum momento cometeu um erro nao teve que ouvir :"tinha que ser preto mesmo!"
Os negros sempre foram esteriotipados como figuras exoticas, como vc mesmo cita o Mussum, mais tem outros ..Tiao Macalé, personagens do Grande Otelo
entre varios outros...
Se a situacao ta ruim, convencionou-se a dizer que a "COISA TA PRETA", se uma pessoa esta inadimplente esta na "LISTA NEGRA",no mais tudo que nao esta bom é sempre relacionado com a cor
NEGRA.Só pra concluir: os negros foram os unicos SERES HUMANOS que foram escravizados apenas por serem NEGROS!!!
Só entende isso quem já sentiu o RACISMO NA PELE, é isso!!
Ass: Mn.Valter
Tudo isso que o luciano e o mauricio colocaram é a mais pura verdade e realidade, meus pais me ensinaram a respeitar os diretores, professores e inspetores de aluno, também ao policial que consideravamos como heroi (até hoje é logico)também levei chineladas e puxões de orelhas de meus pais, porisso agradeço hoje o que me orientaram ontem, e nada mais certo é ler: Eclesiastico 30. V. 1 " Aquele que ama seu filho, castiga-o com frequencia/ para que se alegre com isso mais tarde " parabens luciano
ResponderExcluir"Estudei a maior parte da minha vida em colégios públicos e não me lembro de nenhum colega ter virado bandido ou ter ido preso."
ResponderExcluirEstá com a memória fraca, heim Luciano?
Parabens Luciano, pois admirei imensamente esta leitura do seu post. É de palavras assim que precisamos ler sempre. Não liga para comentários que vão surgir, pois nem CRISTO agradou a todos. Elpidio Silva.
ResponderExcluirPor favor, se informe melhor! O que disse sobre escola pública não é verdadeiro.Talvez sua escola tenha sido ruim ou você tenha péssimas lembranças por não ter sido um bom aluno e criou uma fantasia própria ou inventou o tema por absoluta falta de assunto, pois o conhecimento faltou...
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