Post do Fernando Freitas

Espaço do Nando
FAIVE

Os rojões que iluminaram o céu venceslauense na noite do último domingo simbolizaram o final de mais uma FAIVE, a maior festa da nossa comunidade. E no período em que ocorre a feira, fica difícil não ler, ouvir ou emitir comentários sobre o evento. Seja nas ruas, no seio familiar, ou até mesmo lendo este conceituado blog, tornam-se claramente perceptíveis os elogios e as críticas em torno da festa. Na minha sincera opinião, a FAIVE é um evento grandioso, e isso é fato. É também inegável que a festa adquiriu um patamar profissional, com grandes shows, variedade de eventos, procurando chamar a atenção de diferentes grupos de pessoas.

Discordo, por exemplo, dos que dizem que "todo ano é a mesma coisa", que "não muda", etc e tal. Eventos tradicionais em torno da feira, como o baile, o concurso de miss, os shows e o rodeio, aconteceram sim, como sempre acontecem. Mas também houve espaço para inovações, como na eleição do Mister FAIVE, na luta de MMA, no desfile de moda, e principalmente, na tão elogiada apresentação esquadrilha da fumaça. Tais fatos tornaram esta 36ª edição, de certa forma, ainda mais diferenciada em relação às edições anteriores.

Também não concordo que a festa esteja em decadência. O número de visitantes no recinto e o grandioso número de carros em torno do mesmo provam exatamente o contrário. E contra fatos, os argumentos tombam.
Mas existem críticas que acho relevantes, justas e pertinentes: a primeira delas, diz respeito aos preços praticados nas barracas na praça de alimentação do recinto, que acredito eu, são inviáveis para a maioria da população. Talvez fosse o caso de diminuir o custo das locações dos espaços para os ambulantes, e por consequência, essa redução de preços fosse repassada ao público consumidor. Creio que ocorreria aumento nas vendas, e principalmente, no grau de satisfação dos visitantes da festa.

A segunda e mais importante delas, diz respeito ao fato dos ingressos serem cobrados no portão do recinto, em dias de shows. Acredito que esta conduta deveria ser repensada. Concordo com os que defendem o fechamento de uma arena em torno no palco de apresentações, sendo que os ingressos fossem cobrados somente neste espaço, especificamente. Teoricamente, quem paga para assistir um show no portão de entrada do recinto, também pagaria na arena, o que não diminuiria o público para as apresentações musicais.

Por outro lado, o cidadão que tem a intenção apenas de levar o filho ao parque, ou consumir algo na praça de alimentação, poderia fazê-lo de forma mais acessível, em um número maior de oportunidades, não restritas somente aos raros dias em que a entrada no recinto seja franca. Desconheço as estatísticas e estimativas financeiras em torno da festa, mas acredito que tal mudança não tornaria a feira inviável economicamente. Finalizando, não chego ao extremo de avaliar nossa principal festa como "elitista", o que acho realmente equivocado. Mas acredito que algumas mudanças pontuais, poderiam torná-la sim, bem mais popular.

Fernando Freitas é Funcionário Público Estadual e escreve às quartas-feiras.