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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Luciano Esposto

Post do Luciano
HOMENAGEM

Tem notícias que nos pegam de surpresa. E foi assim que recebi a notícia da morte do meu amigo Célio. Isso mesmo. O Célio bombeiro, como todos o conheciam. E meu amigo tinha defeitos pelos quais ninguém jamais poderá apontá-lo nem, tão pouco, conseguirão entende-los. Mas quem não os tem, não é mesmo?

Por outro lado, tinha peculiaridades que poucos possuem. Certa vez passei por um cruzamento no exato momento em que acontecia um acidente, indo ao encontro das vítimas na tentativa de ajuda-los. Vertiam sangue de uma forma assustadora. Mesmo identificado e certo da aproximação dos bombeiros, não conseguia trazer o alento necessário.

Somente com a chegada do resgate que tudo se acalmou. Meu amigo Célio comandava aquela equipe. Foi impossível assistir a cena sem perceber como era vocacionado naquilo que se determinou a fazer. Célio não era somente um excelente profissional, era o que alguns chamariam de o Bombeiro da comunidade. Aquela pessoa querida com quem todos podíamos contar, pois nunca media esforços em ajudar o próximo, sendo mais querido do que pudesse imaginar.

Mas o Célio não era só um bombeiro, era um ser humano na amplitude da palavra. Capaz de gestos simples e grandiosos, chorou emocionado durante a apresentação de seu filho num sarau do ETEC, porque os grandes homens tem a coragem de mostrar seus sentimentos sem receio de críticas que o rotulem.
Era o irmão que conseguia afagar todos os rostos da família simultaneamente, mesmo tendo apenas duas mãos. Foi tão presente na vida de cada um, que todos não mediram esforços para ajuda-lo quando mais precisou deles.

Também era um bom amigo. Gostava da bola, da gelada que vinha logo após e de um bom papo a toa, daqueles que falamos de tudo sem muito compromisso com nada só para relaxar e curtir a sensação do exercício realizado agraciado pela bebida gelada.

Foi um apaixonado pela vida e, como todos que amam, também amou alguém. Dizem os poetas que o amor, pelo peso das emoções que provoca, nos transforma em fracos, algo entre a tolice e a insensatez. E acho que esta foi sua maior fraqueza. Amou profundamente a mulher que a vida escolheu para ser sua esposa, mas que também lhe faria conhecer a viuvez. Queria ter tido a chance de explicar ao meu amigo que as mais belas flores, sempre são colhidas primeiro... mas não tive tempo.

De qualquer forma, deixo aqui minha homenagem com alguns versos de um poema chamado Amigos.

Sou seu amigo.
E mesmo olhando em volta
Percebendo que comigo não está
Envio a ti uma mensagem pelo vento
Pois ele sim... um dia...
Certamente o achará.

Luciano Esposto é poeta e escritor venceslauense.

5 comentários:

  1. Luciano.....linda, verdadeira e pura,sua homenagem ao Célio.... Acabei de ler...estou tão emocionada que não consigo conter as lágrimas que saem dos meus olhos... O conteúdo de suas palavras, toca o coração de qualquer pessoa, por mais insensível que seja. Abraço fraterno.

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  2. Q LINDA E DELICADA SUA MENSAGEM, CÉLIO MERECIA ESSAS PALAVRAS, PESSOA DE 1ª...

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  3. Muito lindo e puro este sentimento ainda mais vindo de você que perdeu seu pai fora do combinado,dê uma palavra com conforto pros filhos também. agora que eu presciso do meu pai é um desespero só por mais que eu sinto ele por perto; faz uma falta.abraços do seu amigo irmão Marco Antonio Rocha.

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  4. Simplesmente perfeita a comparação a pessoa que simplesmente tentava ser perfeita ao que fazia com amor... VIVER...

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  5. Quando temos amigos, nossos sentimentos se tornam puro e verdadeiros, só quem tem o valor de uma amizade sabe o que a sua significa, parabéns por esta grande homenagem, apesar de não conhece-lo, meus pais conheciam, e sei q ele foi guerreiro em todos os momentos!!!E pode ter certeza Luciano que ele estará ao seu lado sempre!!!

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