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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Post do Luciano

Post do Luciano
TEMOS QUE PERSISTIR


“Somos do tempo em que tudo que se quebrava a gente consertava”. Esta conhecida frase do Facebook faz alusão a um casal que já estaria junto a muitos anos. Parece algo normal e simples de entender, mas certamente não é. As novas gerações perderam a capacidade de compreender o verdadeiro sentido do casamento e a importância da família. Uma boa parte pelo simples fato de não conseguirem viver aquilo que não viram, que não presenciaram. Num outro grupo temos os modernos, com suas receitas liberais e ditas contemporâneas sobre a vida a dois.


Seja qual for o caso a grande verdade é que o convívio a dois está deixando de ser uma aposta na qual todos querem ganhar. Sim, digo uma aposta porque o início de todo casamento sempre será uma incógnita. Cada qual vem de um lar com costumes e formas de ver a vida que, mesmo havendo semelhanças, sempre serão diferentes. Coisas simples e fáceis de contornar podem desencadear brigas e mais brigas a ponto de desgastarem sobremaneira o relacionamento, dando início ao fim das juras de amor eterno até que a morte os separe.


Será que a ansiedade da vida moderna levará até os mais inteligentes a fazerem do casamento algo simples e prático como um bem de consumo?
Claro que existem casos e casos. Não estou aqui a pregar que todos devem ficar casados seja qual for o problema conjugal. Mas também não vejo nada de nobre numa separação sem um mínimo de luta pelo convívio e solução de problemas.


Certa vez li que “...o casamento é a arte da tolerância na busca incessante pela compreensão por meio de uma certa medida de doação pessoal...” e, pensando bem, se existisse uma receita, esta frase certamente estaria inserida nela. Não existe relacionamento sem tolerância. Tão pouco existirá convivência sem compreensão ou doação pessoal. Se para convivermos no trabalho ou no grupo social a que fazemos parte sempre teremos que tolerar pessoas porque não o faríamos em nossa própria casa?


Engana- se aquele que pensa ser do outro a responsabilidade de tolerar.
Certo filósofo discorreu em suas pensativas linhas que para os relacionamentos darem certo todos deveriam seguir a teoria do espelho na qual nunca devemos fazer ao outro aquilo que nós mesmos não suportaríamos porque, tal qual o reflexo vindo do espelho, sempre conviveremos com o reflexo de nossas ações.


Assim, lutemos por nossas relações sempre ansiando a boa convivência e, quando isso não for possível, tentemos não enxergar as cicatrizes dando ao tempo a oportunidade de ameniza-las ou, quem sabe, desaparecer com elas.


Luciano Esposto é poeta e escritor venceslauense.

Um comentário:

  1. Eu me casei a pouco tempo. Espero seguir os seus conselhos!
    Muito boa leitura!

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