Páginas

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Post do Eduardo Nunes

Eduardo Nunes
BULLYING


O que é Bullying? Alguns estudiosos nomearam atitudes de discriminação, violência física ou psicológica de bullying. Pra quê? A princípio poderíamos inferir que o bullying foi conceituado dentro do ambiente escolar para que os alunos (crianças e adolescentes) pudessem se proteger de abusos. Abusos de quem? Todos: professores, diretores, serventes, merendeiras, de outros alunos.


O fato é que o bullying foi sendo divulgado pela mídia junto a vídeos de brigas entre alunos (verdadeiramente épicas), abusos de autoridade de professores, etc. Tão amplamente fora divulgado que pulou os muros da escola e ganhou as ruas. “Bullying” popularizou-se no espaço escolar e designa muitas formas de abuso e em diferentes esferas da sociedade.


Atualmente (e isso fica explícito nos mecanismos de redes sociais que dispomos – Facebook, por exemplo), temos a tendência de reproduzir informações sem ao menos pensarmos sobre elas. Nossa crítica está diminuída. Com o bullying não é diferente: tudo virou bullying. O professor chamou a atenção do aluno: bullying; os amigos zombaram um colega: bullying; e por aí a fora.


O bullying virou sinônimo de qualquer situação que inflija desconforto à criança/adolescente. Talvez queiramos criar nossos filhos em redomas de vidro, não? Olhemos ao passado: quem de nós não foi zombado na escola ou não levou bronca de professores? Agora pergunto: essas situações fizeram de nós piores do que poderíamos ser?


Francamente, creio que não. Alguns hão de concordar que algumas broncas fizeram é muito bem para nós. Então porque essa necessidade de eximir completamente nossos filhos destas frustrações? São eles tão frágeis emocionalmente que não conseguiriam lidar com estas frustrações? São eles tão santos que não mereçam uma bronca vez ou outra?


O bullying existe. Em situações extremas de violência física e/ou moral, podemos usar o nome “bullying” – sob um olhar crítico. Olhar crítico este que deve atentar-se para o bullying que a mídia constrói, para o bullying que medicaliza crianças desde tenra idade e diferenciá-los do bullying real.


Brincadeiras e provocações sempre existiram; são, digamos, constituintes da personalidade humana, pois é através das diferenças que nos encontramos, que nos descobrimos. É o sofrimento que nos força a se mexer, a buscar soluções. Não estou defendendo uma vida baseada em masoquismo, longe disso; apenas questiono essa higienização exacerbada da infância. Deixemos nossos filhos também brincar na lama; é muito saudável.


Eduardo Nunes, psicólogo, venceslauense.

Um comentário:

  1. OLHA A LENHA,DE NOVO,NA CABEÇA DOS PROFESSORES.ULTIMAMENTE ELES SÃO OS RESPONSÁVEIS DE TODO MAL QUE EXISTE NO MUNDO.E AÍ,QUEM QUER SER PROFESSOR?????

    ResponderExcluir