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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Homem contemporâneo

Eduardo Nunes
HOMEM CONTEMPORÂNEO


Estou em constante mutação. Cada dia sou uma pessoa diferente. Adquiro experiência, aprendo com as vivências inéditas e me transformo; evoluo. Ainda assim, tenho pouca certeza sobre quem realmente sou e aonde quero chegar.


Na verdade, posso ser quem eu quiser, fazer o que quiser. Vivo em uma época onde há liberdade para escolhas; as regras são mínimas e facilmente burladas e a moral é sempre relativa, depende do interesse. Culpa? Tenho, claro que sim. Sofro muito com ela.


Não sei muito bem o que é certo ou errado, bom ou mau; ninguém nunca me disse, ninguém tem certeza plena sobre isso. Ajo e sofro, quase que automaticamente, sem me dar conta do porquê de estar sofrendo.


Não tenho certeza sobre nada, posso admitir. O que parece ser uma coisa hoje, amanhã pode ser outra. Aceito qualquer verdade que me ofereçam... desde que tenha algum sentido lógico para mim; também sou crítico, oras. Pena que mudo frequentemente de opinião.


Sou esse ser em mudança acelerada, ou deveria ser; é difícil afirmar com convicção. Sei, ao menos, que vivo; que vivo no presente, nesse mundo gigantesco – e assustador -, com contradições relativizadas e circunstanciais. Sou fruto dessa caótica liberdade, sou um ser contemporâneo.


Eduardo Nunes, psicólogo, venceslauense.

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