Sim, nós podemos!

Post do Nando
SIM, NÓS PODEMOS!


A frase foi dita pelo atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para gerar otimismo nos americanos durante a campanha presidencial de 2008, na qual ele sagrou-se vencedor. Porém, utilizarei o título do texto, para manifestar minha discordância aos que dizem que o Pontal do Paranapanema é uma região condenada ao fracasso socioeconômico. Vi muita gente difundindo essa postura, principalmente nos comentários relacionados à possibilidade da vinda de mais presídios por estas bandas. Não vou entrar nessa questão das unidades prisionais, exatamente por entender que tudo ainda não passa de especulação e por considerar o assunto um tanto quanto “saturado”.


Entendo logicamente que os pesados encargos tributários paulistas, a falta de infraestrutura adequada em nossa região, além da distância da capital são elementos complicatórios para o nosso crescimento econômico, sendo ingenuidade ignorar estes fatores. Porém, a cidade de Presidente Prudente vem contrariando todas estas adversidades e apresenta-se como um importante polo regional captador de investimentos, acompanhando o crescimento econômico do país. A região da Alta Paulista, por exemplo, é marcada pela presença da fruticultura e do setor sucroalcooleiro como elementos dinamizadores de sua economia.


Sabe-se que fazem parte das necessidades básicas do ser humano, alimentação, calçado e vestuário, que a priori, envolvem atividades que poderiam estar voltadas inicialmente ao nosso mercado regional interno, que possui certa demanda. Pois bem: o Pontal é caracterizado pelo grande número de assentamentos, que têm como objetivo, fomentar a agricultura familiar. Centros técnicos de Ensino, em convênio com o ITESP, poderiam trazer à estas pessoas, conhecimento para que elas possam otimizar ou investir em atividades produtivas como a apicultura, piscicultura, fruticultura ou plantio de hortaliças e legumes, por exemplo.


A regularização das terras em nossa região, anunciada pelo governador Geraldo Alckmin, deverá trazer, teoricamente, um pouco mais de tranquilidade aos grandes e médios proprietários, que poderão investir com mais confiança na pecuária de corte ou de leite, sendo que nessas áreas, ainda há a possibilidade do investimento do setor sucroalcooleiro. Atividades atreladas à pecuária, como por exemplo, o beneficiamento do couro, poderiam fazer da nossa região um pequeno polo calçadista. E como ignorar as inúmeras fábricas de confecções, situadas aqui mesmo, em nossa cidade, produzindo para várias partes do país?


Creio que a questão envolva união entre os políticos e empresários da região, além do restante da população, na busca de se exigir dos governos estadual e federal, investimentos em infraestrutura, conhecimento técnico e política fiscal diferenciada, para que essa região, como um todo, acompanhe o momento de relativa prosperidade econômica que vive o país. Se nós mesmos pensarmos que não somos capazes, aí sim, estaremos condenados ao fracasso. Portanto, sinceramente, creio que basta um pouco de criatividade, ousadia e empenho. Só para contrariar os pessimistas e parafraseando o Obama, digo, com certa confiança: “Sim, nós podemos!”


Fernando Freitas é Funcionário Público Estadual e escreve às quartas-feiras.