segunda-feira, 11 de março de 2013

Caminhada

Texto
A primeira caminhada de 2013

Foi na segunda-feira de carnaval que fizemos este passeio a pé, bem de tardezinha. Eu e meu amigo Vagner Feitosa. A expectativa era ver as mudanças ocorridas ao longo dos últimos quatro anos na estrada que liga Caiuá a Presidente Venceslau, num total de 18 km. Fomos levados de automóvel até lá pelo colega Edinaldo Freitas. A aventura de retorno começou às 16h10, pela estrada de terra bem em frente ao antigo Matadouro Municipal. O único morador que vimos por lá era um “ex-venceslauense”, o “Ailtinho Chinelli”, que seguia rumo ao centro de Caiuá. Andamos cinco minutos e veio a primeira surpresa: havia gado solto pela estrada. Um dos bois deu às caras com a gente. Mais propriamente pra mim.

Levamos um susto danado! Tomamos um “carreirão” daqueles (risos)... Passamos por entre os arames de uma cerca que nem nos demos conta! Depois, mais adiante, retornamos à estrada vicinal. Na hora deu medo, depois muitas risadas...
Percorremos o varjão do Rio Caiuazinho, cercados por uma mata úmida e quente; por lindas flores brancas; rodeados por muitas borboletas amarelas! Passamos por uma capela. Trinta metros adiante, vimos os estragos causados pela força das águas. Uma das pontes foi arrastada. Como a natureza age... A primeira ponte a receber o impacto da força das águas, a da Linha Férrea, ficou intacta. A segunda, mais abaixo, foi levada. Não é estranho? Perto dos escombros da ponte, encontramos um morador; o Adílio vive em Caiuá há apenas quatros anos e estava pescando “cará”. A partir daí, tanto a Linha Férrea quanto a vicinal estão tomadas por muito mato e carrapicho. Também havia diversas poças de água e lama.

Prosseguimos ouvindo o gorjear de muitos pássaros até a Fazenda Andorinha, onde o caminho ficou melhor. Paramos alguns minutos sobre a ponte reformada do Kaiowinha; a que passa sobre os trilhos na direção da rodovia Raposo Tavares.
Eu e o Vagner caminhávamos tirando fotografias, fazendo reportagens e observando a magnífica paisagem. Vez por outra encontrávamos pela estrada quantidades razoáveis dos grandes pregos que fixam os trilhos nos dormentes da Estrada de Ferro que passa bem pertinho. Ele me perguntou: “Você sabe o que isso nos lembra, Paulo? Os cravos de Jesus!” Nossa caminhada foi quase toda ela de admiração pelo Criador e a suas obras. Para nos alegrar o coração, mais um ou dois quilômetros adiante, passamos próximo à região conhecida como “Fazenda dos Coelhos”, onde havia um retiro espiritual, um acampamento religioso. Deu para observar um número grande de pessoas sentadas, quietinhas, possivelmente ouvindo alguma pregação. Foi espetacular essa visão!

Nossa “peregrinação” continuou firme. Chegamos ao ponto mais aguardado: as ruínas do Posto do Km 867 da Fepasa, que agora está quase todo tomado por uma densa mata. Neste local, eram abastecidas as antigas locomotivas do tipo maria-fumaça, com água. A plataforma de cerca de 50 metros ainda resiste no lugar, apesar da deterioração. Gravamos em vídeo comentários sobre a história do local, com as datas que ainda se encontram expostas ali. Filmamos o poço profundo. O som do impacto de uma pequena pedra que jogamos nesse poço foi impressionante! O Vagner ficou admirado! Por esse particular, quem não conhece a área, é bom evitar. A mata cobriu “a boca” do poço, tornando-o perigoso para incautos visitantes. A curiosidade: o site das Estações Ferroviárias do Brasil aponta que neste local embarcaram 14.112 pessoas no ano de 1951. Não é incrível?!

Adiante fomos contemplados com uma visão fan-tás-ti-ca! Valeu a caminhada! Em todas as andanças que fiz na região, eu não vi nada igual. Foram colocados postes de concreto em toda a extensão da estrada. Do lado esquerdo, onde dois postes ficam, aproximadamente, cinco metros um do outro, uma teia de aranhas gigantesca, extraordinária, estava sendo tecida. Chegamos ao local por volta das 19h40. O crepúsculo mostrava uma quantidade impactante de pontos negros em movimento que eram dezenas - talvez centenas! - de aranhas indo prá lá e prá cá, construindo a enorme obra. Gravamos uma boa reportagem sobre o que vimos ali.
Chegamos por volta das 21h30 à avenida Carlos Platzeck. Saindo de automóvel do Bairro Eldorado, adivinha quem a gente encontra com a toda família? O escritor Ari Florentino. Não deu outra: a aventura do dia tinha que ir para o papel o quanto antes. Na terça-feira estava tudo registrado...

Paulo Francis. Jr é da AVL e escreve aos domingos no jornal Integração

5 comentários:

Anônimo disse...

PAULO FRANCIS, A PARTE DA MANHÃ SE COMPLETA APÓS EU LER SEUS ARTIGOS.
PARABÉNS!!!!

Anônimo disse...

gostaria muito q o blog abrisse 1 espaço para postar todas ou as melhores fotos desse passeio que nos faz lembrar só de coisas boas do passado...obrigado se puder...

Anônimo disse...

Parabéns aos amigos Paulo Francis e Vagner Feitosa, pela bela iniciativa. Nos dias de hoje, a vida que vivemos está cada vez mais estressante, principalmente pela profissão que nós exercemos, e esse tipo de atividade (caminhada) é uma excelente forma de "higienização" física e principalmente mental. É maravilhoso poder observar como DEUS fez a natureza perfeita e infelizmente a imensa maioria dos homens está conseguindo destruí-la. Novamente amigos Paulo e Feitosa parabéns pela iniciativa e pelo belo texto.
Abraços do amigo Mário Rosário.

Anônimo disse...

Quando atravessaram o córrego Caiuazinho verificaram que a ponte da ferrovia está intacta e a ponte da estrada de terra está destruida. O que aconteceu foi o seguinte, uma chuva muito forte alguns anos atrás "levou" as duas pontes, mas a da ferrovia foi consertada pela concessionária ALL e a da estrada de terra aguarda providencias da prefeitura de Caiuá.

Anônimo disse...



Uma região muito linda , pena que os que governa a região [ os prefeitos ] não interessa, ou seja não dá retorno em votos