Post do Luciano
HIPOCRISIA
A polícia anda em evidência. Fatos lamentáveis como o do publicitário Ricardo Aquino, morto por policiais no dia 18 de julho, por mais que nos causem consternação e uma tristeza inconsolável aos parentes e amigos, não servem como parâmetro para denegrir a imagem da instituição.
Sem querer justificar absurdos, policiais são seres humanos imperfeitos e passíveis de erros. De qualquer forma, a polícia militar deverá punir exemplarmente este crime, como é comum nestes casos.
O que mais me incomoda nisso tudo é ver o sapateado da mídia sobre os erros da polícia para vender informação. Enquanto em outros países policiais são condecorados publicamente, ganham reconhecimento nacional por bravura ou por crimes relevantes desvendados, aqui tudo que fazem de bom acaba relegado a insignificância como se ecoasse a frase: “ não fizeram mais que obrigação”.
Sim, é mais que uma obrigação. Ser policial é trabalho para os vocacionados, pessoas normais que se doam por uma comunidade e, justamente por isso, fico incomodado com notas breves quando, num só dia, a polícia prende uma quadrilha que assaltava relojoarias no ato do assalto (detalhe: sem dar um tiro sequer) e uma que praticava sequestros relâmpagos. Será que estes bandidos prejudicaram ou “incomodaram” menos a sociedade que os colegas no caso do publicitário?
Essa hipocrisia comercial pela notícia tenta inverter valores que atendam apenas as suas próprias necessidades. A ROTA chegou a ser colocada na berlinda acusada de abusos e de mortes desnecessárias, virando alvo de algumas mídias que questionavam sua truculência. Será que falar dos direitos do cidadão; perguntar porque ele está delinquindo ou, quem sabe, aconselhar o indivíduo enquanto ele saca de fuzis e atira contra a polícia é o método que acham seja o mais eficiente?
Em países como os Estados Unidos, qualquer pessoa que atire ou mostre intenção de fazê-lo contra policiais, é morta e ninguém questiona nada, muito pelo contrário, a população aplaude porque só atira na polícia quem está contra ela, bastando ao cidadão de bem levantar as mãos durante uma abordagem que nada irá acontecer.
Grupos de elite como a ROTA, da polícia militar, que estancou com energia a iniciativa dos bandidos na lanchonete ou o GOE, da polícia civil, que prendeu as duas quadrilhas, são nossas últimas fronteiras contra o mais perigoso dos crimes - o organizado.
Devemos lembrar sempre que os mesmos policiais que enfrentam o crime de frente, colocando suas vidas em risco em prol da sociedade, também são cidadãos e honrados trabalhadores que, depois de seus turnos, voltam aos seus lares no qual também são pais, cônjuges e filhos como você e eu. Assim, não nos contagiemos com reportagens tendenciosas. Lembremos sempre que a polícia é aquele amigo com quem podemos contar nos momentos difíceis.
Luciano Esposto é poeta e escritor venceslauense.
6 comentários:
Muito bem...acho realmente que é uma inversão de valores, quem o cidadão chama na hora de uma emergencia é a policia o corpo de bombeiros, ou chama por assaltantes, traficantes e etc?? quando policiais são mortos ou agredidos por marginais ninguem diz nada, não vai direitos humanos dar assistencia, mas quando é um bandido, coitadinho, é um excluido da sociedade, não teve oportunidade na vida. Ai quando um assaltante entrar na sua casa e colocar uma arma na sua cabeça e de sua familia, de um beijo nele e um abraço talvez ele chore peça desculpas pra voce e vai embora....
Acho que os policiais são tão vítimas quanto o publicitário e sua familia.
Concordo com o Luciano quando ele diz "Ser policial é trabalho para os vocacionados", mas conheço vários que entraram para policia por falta de opção de outro emprego.
HIPOCRISIA, lei existe como tambem bom adv a falha esta na justiça$$$$$$$$$$$$$$$$$$$.
É exatamente isso. Ótimo texto.
O anônimo das 16:33 foi feliz em resumir que a policia é tão vítima quanto o publicitário que foi assassinado.
Pense nessa equação; judiciário inoperante pelas pilhas de processos, leis fracas e brandas,articulação do crime organizado, presídios superlotados, boa parte da policia civil das grandes capitais são corruptos, despreparo da policia militar...
Essa equação só pode ser igual ao que se apresenta hoje, não adianta procurarmos um culpado, todos somos, porque eu e vc somos o "sistema".
Concordo com o Luciano, e com os comentários de 12:51 e 16:33, no entanto, gostaria de lembrar que alguns policiais ate podem ter entrado por falta de opção, mas todos só permaneceram por capacidade e coragem, pois não é fácil ser militar e estar exposto a riscos, e todos nós sabemos que os policiais são constantemente avaliados e supervisionados, e que o erro de alguns não justifica, o desmerecimento da classe toda.
Pois se assim fosse não teríamos mais nenhuma profissão reconhecida, pois maus profissionais existem em todas as categorias.
Mas concordo ainda que nesse caso do empresario, os policiais foram vitimas de um lapso, que causou o sofrimento de uma família, mas também dos próprios policiais envolvidos, que certamente estão sofrendo muito pelo engano.
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